Desde a madrugada de sábado (31), o acesso ao X (anteriormente conhecido como Twitter) foi bloqueado no Brasil por decisão judicial.
No entanto, muitos usuários descobriram nessa segunda-feira (2) que, ao se conectar a redes Wi-Fi em seus locais de trabalho ou universidades, conseguiram acessar o aplicativo normalmente.
Essa situação levanta questões legais e operacionais, especialmente para empresas que utilizam VPNs (redes privadas virtuais) para proteger o tráfego de dados dos funcionários, mas que, inadvertidamente, acabam permitindo o acesso ao X.
A decisão judicial impõe uma multa diária de R$ 50 mil para quem acessar o X usando VPNs. Isso coloca as empresas que utilizam essas redes em uma situação delicada.
Se não bloquearem adequadamente o acesso ao X através de suas VPNs, podem ser responsabilizadas legalmente e enfrentar multas.
Empresas:
Funcionários:
As redes corporativas muitas vezes utilizam VPNs e proxies para proteger e gerenciar o tráfego de dados. Essas ferramentas podem redirecionar o tráfego para fora do Brasil ou ignorar restrições locais, permitindo que os usuários acessem o X, mesmo com o bloqueio em vigor.
Segundo Hiago Kin, presidente da Associação Brasileira de Segurança Cibernética (Abraseci), essas configurações explicam por que algumas redes corporativas permitem o acesso ao X enquanto redes domésticas não.
Empresas que fornecem serviços de VPN também enfrentam riscos legais se seus produtos forem usados para burlar ordens judiciais.
Elas podem ser obrigadas a implementar medidas técnicas para prevenir o uso ilegal de seus serviços e colaborar com as autoridades para bloquear o acesso a determinados conteúdos.
Para garantir o cumprimento da decisão judicial, é crucial que as equipes de TI das empresas e universidades configurem suas redes para bloquear o acesso ao X via IP e DNS.
Isso pode envolver ajustes em proxies, VPNs e servidores DNS para garantir que o bloqueio seja efetivo e que as empresas não fiquem expostas a penalidades legais.
O bloqueio do X no Brasil criou um cenário complicado para empresas e funcionários, onde o uso de VPNs, uma ferramenta comum de segurança, pode inadvertidamente levar a consequências legais graves.
Tanto as empresas quanto os trabalhadores devem estar cientes dos riscos e tomar medidas para garantir a conformidade com as ordens judiciais, evitando multas e possíveis demissões.