27/03/2022 09:56

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O cosmonauta soviético Yuri Gagarin, o primeiro homem no espaço, que está morto há quase 54 anos, viralizou na internet na semana passada.

Isso deveu-se a um movimento incomum da organização sem fins lucrativos americana Space Foundation .

Um evento de abril, que nos últimos sete anos foi chamado de "Noite de Yuri", teve seu nome alterado para "A Celebration of Space: Discover What's Next".

O site Futurism localizou a nota agora excluída, que dizia que a alteração foi feita “à luz dos eventos mundiais atuais” e que “o foco deste evento de arrecadação de fundos permanece o mesmo – celebrar as conquistas humanas no espaço enquanto inspira a próxima geração a alcançar as estrelas."

Cosmonauta soviético e o primeiro homem a viajar no espaço, Yury Alekseyvich Gagarin (1934 - 1968) chegando a Londres para uma feira russa // Foto: Douglas Miller/Getty Images

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Embora seja compreensível querer ser sensível à terrível invasão da Rússia na Ucrânia, a medida gerou algum ceticismo.

Isso porque a Space Foundation é um grupo de defesa com afiliações internacionais e laços com vários programas educacionais – então pode ser meio difícil fingir que Gagarin não existia.


Gagarin continua popular na Ucrânia. Tanto que eles emitiram um selo em sua homegem no ano passado, em comemoração ao 50º aniversário da sua viagem ao espaço.

Também pode-se encontrar arte de rua a respeito dele em Kiev, e um antigo estádio da era soviética ainda é chamado de Estádio Gagarin pelos moradores, mesmo depois que o nome mudou .

Além disso, o principal designer de foguetes soviético Sergei Korolev , que lançou Gagarin no espaço, nasceu na Ucrânia e estudou na Odessa Building Trades School. 

Brendan O’Neill, repórter-chefe da revista britânica Spiked chamou o ato de “forma de cancelamento histérico anti-Rússia”, em artigo publicado na revista Oeste. Confira trecho:

“A loucura de cancelar Yuri Gagarin não pode ser exagerada. Em primeiro lugar — e é um sinal da insanidade dos tempos que isso precise ser dito — Gagarin não tinha nada a ver com Putin.

Ele morreu 54 anos atrás, em 1968, quando o presidente russo era um estudante de 16 anos da Escola nº 193.

Gagarin nem viveu na mesma nação que Putin. Ele foi um cidadão da URSS, não da Federação Russa, que Putin governa.

Em segundo lugar, e ainda mais importante, existe a questão dos feitos de Yuri Gagarin, de suas imensas contribuições para a compreensão humana do espaço.

Em 1961, ele fez nascer a Era Espacial ao partir no Vostok 1 e se tornar a primeira pessoa a chegar ao espaço sideral.

‘Lá vamos nós! Adeus, queridos amigos! Até breve’, ele disse, ao ser lançado à estratosfera.

‘Lá vamos nós!’ se tornou um brado para as pessoas dos países governados pelos soviéticos que admiravam e apoiavam essa impressionante nova era de exploração espacial.

Gagarin ficou famoso no mundo todo. Ele visitou diversos países e foi recebido por grandes multidões como um herói da humanidade.

Três meses depois de sua visita ao espaço, visitou Londres e Manchester, onde as pessoas lotaram as ruas para ver o astronauta russo.

Milhares de manchesterianos enfrentaram chuva pesada para ver e quem sabe até apertar a mão desse homem que nasceu em uma família camponesa, mas chegou às alturas mais impressionantes.

Eles levantaram faixas que diziam ‘Bem-vindo, Yuri Gagarin!’. Houve uma torrente de sentimento popular em homenagem a esse piloto soviético.

Como o jornalista do The Times escreveu sobre a visita de Gagarin ao Reino Unido em 1961:

‘[Quem] não… andaria algumas centenas de metros para ver esse [homem] incrível?’ Ele é um homem do espaço e, no entanto, ‘vem nos visitar e conversa conosco’. Éramos tão mais maduros naquela época, tão mais tolerantes”.

Com informações da revista Vanity Fair/Oeste

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