Situada no Guarujá (SP), a Ilha dos Arvoredos é um verdadeiro refúgio que harmoniza a beleza natural com avanços tecnológicos, reinventando os conceitos usuais de turismo e sustentabilidade.
A Ilha dos Arvoredos tornou-se a primeira e única área turística e ambiental das Américas e do Hemisfério Sul com o selo global de excelência / Prefeitura / Divulgação
Através da iniciativa “Mundo Sustentável”, a ilha foi reconhecida com o Green Key, um dos mais prestigiados reconhecimentos internacionais para destinos turísticos que se destacam em práticas ecológicas e responsabilidade social.
Após uma avaliação baseada em 65 critérios, que incluiu visitas ao local e auditorias, a Ilha dos Arvoredos alcançou um feito inédito, tornando-se a primeira e única área de turismo e conservação ambiental nas Américas e no Hemisfério Sul a ser agraciada com o reconhecido selo de excelência global. Esses critérios são estabelecidos pela Foundation for Environmental Education (FEE) e abrangem 13 categorias, considerando aspectos como gestão ambiental, engajamento da equipe, administração de água e resíduos, entre outros aspectos críticos.
O Green Key, que inicialmente se concentrava na certificação de estabelecimentos de hospedagem, expandiu seu escopo para incluir diversos tipos de instalações.
Na categoria de atrativos turísticos, apenas 97 em todo o mundo foram honrados com este selo.
Atualmente, mais de 4.000 locais em 60 países ostentam o prestigioso reconhecimento conferido pelo Green Key.
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Leana Bernardi, representante do Instituto Ambientes em Rede (IAR) e responsável pela operação do Green Key no Brasil sob os auspícios da FEE, destaca que a singularidade da Ilha dos Arvoredos, em termos de experiência oferecida, atrativos disponíveis e inovações implementadas, faz com que ela se destaque no cenário nacional e internacional.
“Projetos como esse contribuem para o sucesso do Brasil no exterior. A ilha é algo que já está pronto. Na verdade, um patrimônio para o turismo. Hoje em dia, quando as pessoas viajam para outros países, elas buscam o diferente, e empresas e produtos que respeitam a cultura local, meio ambiente e que tem algo diferente a oferecer. Não precisamos oferecer o mesmo que a Europa, temos de valorizar o que tem de maravilhoso no nosso país.”
Com seus 36 mil metros quadrados, a Ilha dos Arvoredos sobressai no contexto nacional como um valioso laboratório ecológico ao ar livre, desempenhando um papel crucial na pesquisa e na conservação ambiental.
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Concebida na década de 1950 pelo engenheiro mecânico Fernando Eduardo Lee, a denominação "Ilha dos Arvoredos" foi inspirada na vegetação rasteira que inicialmente recobria a área.
Lee tinha como principal visão desenvolver um espaço autossustentável, integrando tecnologias de ponta, pesquisa e uma meticulosa conservação dos recursos naturais.
Esse projeto pioneiro resultou na criação de um ecossistema equilibrado, fornecendo água e minerais necessários para a sustentabilidade da vida humana, tudo em perfeita sintonia com a natureza.
Com o passar dos anos, graças a investimentos contínuos em pesquisa e aprimoramento do terreno, o que antes era um simples rochedo transformou-se em um lençol freático artificial fértil, impulsionando ainda mais pesquisas e desenvolvimentos no local.
Hoje, a gestão da ilha é compartilhada pela Fundação Fernando Lee e pelo Instituto Nova Maré (Inmar), além de contar com a colaboração de pesquisadores da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp).
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Bruno Tacon, presidente do Instituto Nova Maré, enfatiza que todas as estratégias adotadas para a conservação da ilha visaram consolidá-la como um centro de atração relevante no litoral de São Paulo.
“A ilha é um grande exemplo da metodologia de turismo sustentável uma vez que temos o berço da sustentabilidade para mostrar sua história, e outras questões ecossistêmicas. Com isso, temos uma importante ferramenta de educação ambiental”, ressalta.
Priscilla Bonini Ribeiro, pesquisadora, membro do conselho da fundação e diretora da Unaerp Guarujá, tem planos para expandir as iniciativas na ilha, incluindo o desenvolvimento de um programa de visitação ecoturística colaborativa.
“Trabalhamos com algumas linhas de atuação. Temos um grupo de pesquisadores que tem como objetivo duplicar o número de estudos dentro da Ilha dos Arvoredos. Temos um grupo que é o Imar, que também tem a meta de triplicar as visitações colaborativas, no intuito de trabalhar educação ambiental nessa nova forma através de metodologia ativa. E, por fim, uma terceira linha de atuação, onde buscamos parceiros para conseguir estruturalmente melhorar algumas algumas questões dentro do local, aliado também às novas tecnologias.”
O Guarujá é famoso não só por suas 27 praias e pela participação comunitária no setor de serviços, mas também pelas suas deslumbrantes paisagens naturais e áreas preservadas sob rigorosos critérios ecológicos.
A cidade do Guarujá, carinhosamente apelidada de "Pérola do Atlântico", comemora conquistas significativas na área ambiental, como a Praia do Tombo, que recebeu a Bandeira Azul, um prestigioso reconhecimento internacional que celebra a excelência ambiental, atribuído devido à qualidade de suas águas e à infraestrutura de apoio disponível.
O secretário adjunto de meio ambiente, Cleiton Jordão, enfatiza a elaboração do primeiro manual de captação de recursos do Ministério do Meio Ambiente e a posição de destaque do município entre as regiões brasileiras no que tange ao desenvolvimento de práticas de gestão de resíduos.
“Hoje, nós temos outras duas unidades de conservação que são a Serra do Guararu, fundada em 2012 e a APA Serra de Santo Amaro. Essa relação das premiações com as entidades criam um mecanismo de governança ambiental e turismo sustentável, o que possibilita um olhar mais significativo para Guarujá em relação à política pública.”
Com informações do Estadão
