O cangaço, movimento social ocorrido entre o fim do século XIX e início do século XX no Brasil será tema de evento promovido pela Escola do Legislativo João de Seixas Dória, da Assembleia Legislativa de Sergipe, na celebração dos 85 anos de Angico.
Será na quinta-feira, 27, às 9h, no auditório da Elese, na praça Fausto Cardoso, centro de Aracaju.
O evento é aberto ao público.
A grota de Angico, no município de Poço Redondo, em Sergipe foi palco das mortes do bando de Lampião e Maria Bonita no confronto com os militares do governo na época.
O casal e outros nove integrantes do bando foram mortos no dia 28 de julho de 1938, na grota de Angico, o que praticamente colocou fim à Era do Cangaço.
Dois grandes nomes foram convidados para falar sobre o tema que mobilizou a sociedade no período e é causa de debates e controvérsias até hoje em relação à figura de Lampião:
Fernando Sá é professor titular do Departamento de História e permanente do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Sergipe e Antônio Porfírio, organizador e presidente do Museu do Cangaço, no Povoado Alagadiço, município de Frei Paulo.
A Elese está com agenda de eventos completa para o segundo semestre de 2023 com atenção especial a temas e eventos que possam colaborar com os debates contemporâneos de interesse da sociedade além de uma pauta dedicada a cursos para servidores não só da Alese, mas para Câmara de Vereadores e Escolas do Legislativos de todo o interior sergipano através de parcerias
História
O fim do cangaço começou no dia 28 de julho de 1938, (há 85 anos) quando o bando de Lampião foi cercado na Fazenda Angico, por uma tropa composta por 48 policiais, munidos com quatro metralhadoras.
Os 34 cangaceiros foram metralhados, sendo que 11 morreram na hora, incluindo Lampião e Maria Bonita, sendo que alguns conseguiram escapar.
O cangaço ganhou força em resultado das secas mortais de 1877-1878 e atingiu o seu clímax na década de 1920.
O primeiro bando de cangaceiros que se tem conhecimento foi o de Jesuíno Alves de Melo Calado, apelidado ‘Jesuíno Brilhante’ que, entre 1871 e 1879, agiu na região entre os estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba, até ser morto em uma emboscada.
O pernambucano Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião (1898-1938) foi o mais bem-sucedido líder cangaceiro da história, o que lhe valeu o título de Rei do Cangaço.
Até os 20 anos de idade trabalhou como artesão de couro. Era alfabetizado e usava óculos para leitura, características bastante incomuns para a região sertaneja e pobre onde ele morava. Uma das versões a respeito de seu apelido é que sua capacidade de atirar seguidamente, iluminando a noite com seus tiros, fez com que recebesse o apelido de lampião. Lampião entrou para o cangaço junto com mais dois irmãos para vingar a morte do pai em confronto com a polícia.
Em 1922, tornou-se líder de bando e, desde então, praticamente de todos os estados do Nordeste.
Todos os cangaceiros mortos tiveram as cabeças cortadas e conta-se que Maria Bonita foi degolada viva.
Com esse trágico fim, o bando se desfez e alguns cangaceiros se entregaram.
O último cangaceiro conhecido, Corisco (Cristino Gomes da Silva Cleto), foi morto no dia 25 de maio de 1950, em Barra do Mendes, na Bahia.
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