No dia 31 de julho é celebrado o Dia Mundial do Orgasmo, e estudos já realizados apontam que o beijo é a chave para a mulher chegar ao auge do prazer.
Para 60% das mulheres, o beijo na boca é determinante para prever se uma relação terá sucesso ou não.
Foi o que apontou uma pesquisa realizada com quase duas mil pessoas pela Universidade de Albany, no Canadá.
O estudo também mostrou grandes diferenças no valor que homens e mulheres dão ao beijo.
Enquanto 85% das mulheres disseram que não fariam sexo sem antes beijar o parceiro, apenas 50% dos homens afirmaram o mesmo.
Já uma pesquisa do British Heart Foundation descobriu que 18% das pessoas casadas passam até uma semana inteira sem beijar seus parceiros, enquanto 40% se beijam por apenas cinco segundos ou menos.
Dani Fontinele é terapeuta sexual e sexóloga clínica; membro da Abrasex; pós-graduada em Terapia Sexual e Terapia de Casal pelo Cefatef/Doctum; e apresentadora do Podcast Clitcast // Foto: Reprodução site Libidoterapia
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Dani Fontinele é terapeuta sexual e sexóloga clínica; membro da Abrasex; pós-graduada em Terapia Sexual e Terapia de Casal pelo Cefatef/Doctum; e apresentadora do Podcast Clitcast // Foto: Reprodução site Libidoterapia
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Segundo Dani Fontinele, terapeuta sexual e sexóloga clínica, o beijo erótico e apaixonado é capaz de provocar estímulos intensos como calor, calafrios e aumento da frequência cardíaca.
“Essa sensação de êxtase, que começa nos lábios, acontece graças à grande presença de terminações nervosas e de múltiplos receptores com densa capacidade para perceber, explorar e transmitir informações para o cérebro”.
Segundo um estudo realizado pela Universidade de Barcelona, o beijo estimula a liberação de quatro neurotransmissores que geram diversas reações na mulher: a dopamina e serotonina (que aumentam o prazer), a epinefrina (que aumenta a frequência cardíaca, o tônus muscular e o suor) e a ocitocina (que gera bem-estar, afeto e confiança).
Também há liberação de outras substâncias, como a feniletilamina, que eleva o desejo sexual na mulher principalmente quando se trata do primeiro beijo (mesmo em relações diferentes).
Já o óxido nítrico, que relaxa os vasos sanguíneos, provoca aumento do fluxo de sangue e, consequentemente, maior excitação e sensibilidade na região genital.
No entanto, de acordo com a pesquisa da Universidade de Barcelona, o maior responsável pelo clímax da mulher está na troca de testosterona, presente na saliva tanto do homem quanto da mulher.
“Essa troca ativa o sistema cerebral primário através da testosterona da saliva, aumentando a receptividade sexual feminina. Tanto a mucosa labial como a mucosa genital são inervadas pela medula.
Porém, a mucosa labial está mais próxima do cérebro, recebendo os estímulos sexuais de uma maneira mais eficaz. Por isso que a boca tem um grande potencial erótico”, explica Dani Fontinele.
Portanto, fica evidente que a falta ou a incompatibilidade do beijo durante a relação sexual pode afetar diretamente o orgasmo feminino.
“Em um relacionamento de anos, o casal que tem o hábito de se beijar é mais propenso a ter uma boa performance sexual.
Já para aqueles que se beijam pouco e com desinteresse, a tendência é que a intimidade sexual comece a se perder e até cessar”.
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Muitos fatores podem afetar a relação de um casal, como o estresse, trabalho, saúde, família e amizades. Ao dedicar mais energia e atenção para essas outras esferas da vida, o relacionamento acaba sendo colocado em segundo plano.
“No momento em que se percebe que o beijo já não faz mais parte da rotina do casal, é quando surge o conflito: descaso ou descuido? E essa pode ser a oportunidade de avaliar as lacunas e reaver o interesse sexual mútuo”.
O primeiro passo para lidar com essa questão é promover uma comunicação aberta e sincera com seu parceiro.
“Digam o que estão sentindo, mostrem suas respectivas visões sobre o relacionamento. Por meio do diálogo, é possível identificar o que há de errado e buscar formas de reinventar a relação”, diz Dani Fontinele.
“Abra o jogo com seu parceiro sobre seus desejos, suas fantasias e necessidades sexuais. Permitam-se explorar novas experiências juntos para fortalecer a intimidade emocional e física.
Vale lembrar apenas que qualquer novidade sexual deve ser bem consentida por ambos, para que não haja posteriormente frustrações que só irão piorar a relação”.
“Se você e seu parceiro já tentaram alguns caminhos e ainda enfrentam dificuldades para reacender o desejo, a ajuda de um terapeuta sexual pode ser a solução.
Na maioria dos casos, só um profissional consegue identificar o que está por trás da desconexão, possibilitando fazer um trabalho conjunto e personalizado para reavivar o desejo sexual”, finaliza Dani Fontinele.
Matérias sob editoria da equipe de redatores do portal.