05/09/2020 16:16

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Enquanto os brasileiros esperam a reabertura total do Museu da Língua Portuguesa, que pegou fogo em 2015, o Google acaba de lançar uma iniciativa que pode aplacar a saudade dos amantes do idioma —oferecendo alcance mundial, aliás, à valorização do português. 

O Museu Virtual da Lusofonia passou a ser veiculado nesta sexta-feira pela plataforma Arts and Culture, ampliando pesquisas e exposições sobre uma gama de países lusófonos.

O projeto é coordenado pelo professor Moisés de Lemos Martins, diretor do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, em Portugal. 

Logomarca do Museu Virtual da Lusofonia, coordenado pela Universidade do Minho e disponível no Google Arts and Culture (Divulgação)

Logomarca do Museu Virtual da Lusofonia, coordenado pela Universidade do Minho e disponível no Google Arts and Culture (Divulgação)

O acadêmico ressalta que um dos grandes objetivos do projeto, que já existia e agora é ampliado pelo gigante da tecnologia, é "afirmar o português como uma língua de ciência e pensamento".

"Não está bem termos necessariamente que escrever em inglês para termos o trabalho reconhecido", afirma o professor.

"O português tem condições para ser uma grande língua do conhecimento, se estivermos todos juntos."

 

E com isso ele quer destacar a importância de estabelecer uma comunidade entre os moradores de países e regiões lusófonas.

Na nova plataforma, é possível navegar por escritores moçambicanos, ritmos portugueses ou paisagens angolanas em 45 exposições. 

Rua Direita, que tem calçamento preservado no centro histórico de Tiradentes (Divulgação)

Rua Direita, que tem calçamento preservado no centro histórico de Tiradentes (Divulgação)

Do Brasil, é possível fazer visitas virtuais à cidade mineira de Tiradentes, conhecer a arte de rua de várias capitais e estudar a arte do cineasta Glauber Rocha, um dos pais do nosso cinema novo.

E é importante destacar a palavra "nosso", porque a mostra explora as intersecções do movimento cinematográfico brasileiro com o de mesmo nome que foi capitaneado por diretores portugueses.

Essa relação de mútua influência entre países que falam a mesma língua interessa especialmente à curadoria do museu. 

Yoná Magalhães e Geraldo Del Rey como o casal protagonista do filme "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (Divulgação)

Yoná Magalhães e Geraldo Del Rey como o casal protagonista do filme "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (Divulgação)

Mas é um acervo em constante expansão —como afirma Lemos Martins, a plataforma online não só permite como incentiva a colaboração dos visitantes, para ampliar o olhar sobre seus países.

"Somos resultado do nosso encontro com o outro", aponta o diretor.

"A leitura é sempre de acordo com o contexto em que se está, pode ressignificar o material do museu", ele diz, em referência por exemplo à visão distinta de povos colonizadores e colonizados.

Monumento aos Descobrimentos, referência às grandes navegações portuguesas, na região do Belém, em Lisboa

Monumento aos Descobrimentos, referência às grandes navegações portuguesas, na região do Belém, em Lisboa

Com informações da Folhapress

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