Cícero Alves dos Santos nasceu em Nossa Senhora da Glória, Sergipe, em 12 de maio de 1947. Seus pais, admiradores do Padre Cícero, escolheram seu nome em homenagem a essa figura icônica da história do Nordeste do Brasil.
Mas, aos sete anos de idade, ele foi apelidado de "Véio" pelos familiares e vizinhos. Isso em razão de sua predileção por conviver e escutar as conversas das pessoas mais velhas. Daí em diante tornou-se seu nome artístico definitivo.
Foto: André Seiti/Itaú Cultural
Foto: André Seiti/Itaú Cultural
Sua jornada artística teve início aos cinco anos, quando começou a moldar tanto animais quanto figuras humanas em cera de abelha. No entanto, foi na madeira que encontrou sua verdadeira paixão e principal meio de expressão.
"Os artistas e os loucos mergulham nas mesmas águas, mas os artistas voltam.” Nise da Silveira // Textos e fotos reproduzidos do Instagram @artistaveio
"Os artistas e os loucos mergulham nas mesmas águas, mas os artistas voltam.” Nise da Silveira // Textos e fotos reproduzidos do Instagram @artistaveio
Localizado na fronteira entre os municípios de Nossa Senhora da Glória e Feira Nova, em Sergipe, encontra-se o espaço que abriga a casa-ateliê-museu de Véio, no sítio Soarte.
Véio define suas obras em duas categorias: as de tronco aberto e as de tronco fechado.
“O tronco fechado só me deixa fazer o que ele manda. Ele me diz ‘vai em frente’, mas quem cria é a natureza. O tronco aberto é liso, me deixa fazer o que eu quero. Tenho como entrar nele, trabalhar ele, mudar”.
Foto: @hugolsfonseca
Véio define suas obras em duas categorias: as de tronco aberto e as de tronco fechado.
“O tronco fechado só me deixa fazer o que ele manda. Ele me diz ‘vai em frente’, mas quem cria é a natureza. O tronco aberto é liso, me deixa fazer o que eu quero. Tenho como entrar nele, trabalhar ele, mudar”.
Foto: @hugolsfonseca
Conhecido como Museu do Sertão, este complexo é composto por uma série de galpões que armazenam milhares de peças produzidas ao longo de décadas de trabalho dedicado.
Miniatura de mulher sertaneja grávida
Miniatura de mulher sertaneja grávida
É nesse local que Véio dá vida a uma imensa variedade de obras, desde as microscópicas - algumas dessas estão entre as menores do mundo - até as de grande porte, todas esculpidas em madeira.
Série: Os 'cão ' do meu inferno
Série: Os 'cão ' do meu inferno
Troncos de árvores mortas
Para suas esculturas de grande dimensão, Véio utiliza troncos de árvores mortas, dos quais extrai formas de expressão marcantes, sejam elas humanas ou não.
Todos os Santos
Todos os Santos
As esculturas de Véio estão expostas em vários lugares no Brasil e no exterior.
Natureza // Foto: @cesartropia
Natureza // Foto: @cesartropia
Seu trabalho pode ser apreciado em locais renomados como a Fondation Cartier em Paris, na França, o Museu do Folclore Edison Carneiro e a Galeria Pé de Boi, no Rio de Janeiro (RJ), a Galeria Estação, em São Paulo (SP), o Memorial de Sergipe e o Museu da Gente Sergipana, em Aracaju, e o Museu do Sertão, em Feira Nova, onde seu ateliê está localizado.
A distância. miniatura de 2,5cm
A distância. miniatura de 2,5cm
Véio recebe a homenagem de Valter Santana, reitor da Universidade Federal de Sergipe // Fotos: Ascom/UFS
Véio recebe a homenagem de Valter Santana, reitor da Universidade Federal de Sergipe // Fotos: Ascom/UFS
De forma unânime, a Universidade Federal de Sergipe (UFS) aprovou a concessão do título Doutor Honoris Causa ao artista plástico.
Vice-reitor Rosalvo Ferreira, Véio e a filha do artista, Júlia Katiene
Vice-reitor Rosalvo Ferreira, Véio e a filha do artista, Júlia Katiene
A honraria foi entregue em 05 de março de 2024, em solenidade no auditório do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), em Nossa Senhora da Glória, sua terra natal.
Maior de todas as honrarias concedidas pela universidade, o título de Doutor Honoris Causa, segundo o Estatuto da UFS, é concedido a personalidades que se destacaram pelo saber seja pela atuação em prol da Filosofia, Ciências, Técnica, Artes e Letras seja pelo melhor entendimento entre os povos ou em defesa dos direitos humanos.
O título foi proposto pelos diretores do Centro Campus do Sertão e do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde e concedido por meio da Resolução Nº 48/2023 do Conselho Universitário.