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Editor: Hugo Julião
10:50
28/02/2022

Belarus renuncia a status de "não nuclear" em referendo com apoio de 65% dos participantes

Após referendo realizado nesse domingo (27) em Belarus, o país aprovou uma nova Constituição que elimina seu status de "não nuclear".

Segundo a Comissão Eleitoral Central, a população que participou da votação se disse a favor de permitir que o país abrigue armas nucleares e forças militares russas de maneira permanente.

O referendo constitucional também inclui um pacote de reformas que estende o mandato do líder Alexander Lukashenko, no poder desde 1994.

Nova Constituição prometida pelo líder Alexander Lukashenko poderia fazer com que armas nucleares fiquem estacionadas no solo de Belarus pela primeira vez desde a queda da União Soviética, em 1991

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Pouco mais de 65% dos participantes votaram a favor da nova Lei Fundamental na ex-república soviética, vizinha tanto da Ucrânia quanto da Rússia.

Com 78,63% de participação eleitoral, apenas cerca de 10% dos votos foram contra as mudanças.

Para serem implementadas, elas precisavam de pelo menos 50% de aprovação, com uma participação de metade do eleitorado.

Esse mapa é apenas para dar uma ideia do lugar que a Belarus ocupa na fronteira com a Rússia. Portanto, é necessário ressaltar, as cores de cada país se aplicam a propósitos históricos e não geopolíticos.

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Com a nova Constituição, armas nucleares poderiam ficar estacionadas em solo de Belarus.

Isso ocorreria pela primeira vez desde que o país abdicou das ogivas que havia herdado após a queda da União Soviética, em 1991.

Na época, as armas foram transferidas para a Rússia.


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Lukashenko afirmou, num dos locais de votação, que ele poderia pedir à Rússia que devolva armas nucleares a Belarus.

"Se vocês (países ocidentais) transferirem armas nucleares à Polônia ou à Lituânia, para as nossas fronteiras, vou dizer a Putin para devolver as armas nucleares que dei sem nenhuma condição", disse.

A decisão deixa evidente o apoio de Lukashenko à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Ele permitiu que tropas russas invadissem a Ucrânia pelo norte do país após o início da ofensiva de Putin.


Com informações da Reuters/AFP

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