29/09/2023 07:24

Compartilhe:

Cientistas do Reino Unido, Suíça e Estados Unidos apontam que o mundo pode estar caminhando para a formação de um novo supercontinente, semelhante à antiga Pangeia.

Essa projeção, estimada para ocorrer em 250 milhões de anos, poderia desencadear uma extinção em massa de vida na Terra, conforme indica a pesquisa "Climate Extremes Likely to Drive Land Mammal Extinction During Next Supercontinent Assembly", divulgada na última segunda-feira (25) na revista Nature.

Um supercontinente poderia elevar as temperaturas globais a níveis nunca vistos desde a era do Permiano-Triássico, há 260 milhões de anos, quando mais de 90% das espécies foram erradicadas / Foto: Reprodução

Modelos climáticos projetam cenário extremo


Utilizando modelos climáticos do serviço meteorológico britânico rodados em um supercomputador da Universidade de Bristol, os pesquisadores projetam o reencontro dos continentes formando a chamada Pangea Ultima.

  • Neste cenário futuro, a Terra poderia experimentar temperaturas 30°C mais quentes em terras firmes, elevada umidade nas zonas litorâneas e desertificação nas regiões interiores, de acordo com as informações reveladas pelo The Guardian.

 

Temperaturas extremas e extinção em massa


O estudo sugere que o calor extremo previsto para a era da Pangea Ultima, como foi batizado o possível futuro supercontinente, pode ser comparado ao período Permiano-Triássico de 260 milhões de anos atrás, quando mais de 90% das espécies foram extintas devido às condições adversas.

  • Temperaturas prolongadas acima de 40°C ultrapassariam os níveis de tolerância de muitas formas de vida, incluindo plantas e mamíferos.
  • Com o sol mais velho, a emissão de radiação será maior, o que pode agravar ainda mais as condições de vida na Terra.

 

Impacto humano e colapso agrícola


A formação de um novo supercontinente e as mudanças climáticas extremas poderiam ter repercussões significativas para a humanidade, especialmente em setores como agricultura e pecuária.

Se a humanidade conseguir superar desafios mais urgentes como a atual crise climática, enfrentará no futuro um mundo com clima muito mais severo em comparação com as condições amenas atuais.

A Terra tem um ambiente muito mutável.

Os humanos têm muita sorte com o que temos agora e não deveríamos forçar o nosso próprio clima para além do ambiente mais frio através do qual evoluímos. Somos a espécie dominante, mas a Terra e o seu clima decidem quanto tempo isso vai durar.

O que vem depois ninguém sabe. A espécie dominante pode ser algo completamente novo”, comenta Alexander Farnsworth, da Universidade de Bristol, evidenciando a incerteza sobre o que o futuro reserva para a raça humana e outras espécies do planeta.


Com informações da AFP

Nos acompanhe por e-mail!