12/04/2023 10:15

Compartilhe:

Dado se refere a emprego formal com carteira de trabalho; todos os Estados do Nordeste e mais 4 do Norte apresentam esse cenário

O número de beneficiários do Bolsa Família agora é maior que o de empregos com carteira assinada (o que exclui o setor público) em 13 das 27 Unidades da Federação.

Ano passado, superava em 12.

O Rio Grande do Norte era a única exceção na região Nordeste até 2022. Não é mais.

Como todos os outros Estados nordestinos, agora registra mais beneficiários do Bolsa Família do que empregos formais.

Há também 4 Estados do Norte nessa situação.

O Maranhão é o Estado onde essa relação de dependência do benefício é mais forte.

Há 2 famílias maranhenses recebendo Bolsa Família para cada trabalhador com carteira assinada no Estado.

Antes da pandemia, eram 8 Estados com mais benefícios que empregos formais.

O número subiu para 10 em 2020, 12 em 2022 com o Auxílio Brasil e, agora, 13.

O aumento dessa proporção se deve, majoritariamente, à ampliação de 49% no número de beneficiários do programa social no último ano do governo Bolsonaro.

Depois de passar 3 anos com aumentos discretos no número de beneficiários, o governo Bolsonaro ampliou de 14,5 milhões de atendidos para 21,6 milhões no ano eleitoral de 2022.

Ao menos 3 milhões dos 7 milhões de novos beneficiários foram incluídos no programa nos 3 meses que antecederam as eleições.


51%  do empregos com carteira

Em novembro de 2022, a proporção de beneficiários por trabalhador com carteira atingiu, pela 1ª vez, 50%.

Isso significa que, para cada 2 trabalhadores com carteira assinada, há uma família recebendo o auxílio do governo.

A taxa chegou ao recorde histórico em janeiro (51,5% de beneficiários em relação aos empregados). Em fevereiro de 2023 (último dado disponível), ficou em 51,1%.

Uma parte do aumento de beneficiários do Bolsa Família deve ser revertido com a revisão pelo governo dos cadastros do programa social que considera irregulares (fala-se em 2 milhões ou mais).

O economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, destaca que o Bolsa Família é o programa social mais focado (que mais chega à população mais pobre, quem realmente precisa, em vez de beneficiar outros grupos).

O aumento apressado dos cadastros às vésperas da eleição pode ter reduzido a eficiência da ação.

Nos acompanhe por e-mail!