O anúncio foi feito nessa quarta-feira (13) e inclui produtos que compõem a cesta básica, numa tentativa de conter a alta da inflação no país, que já supera 50% em 12 meses.
Segundo analistas, a medida não altera as expectativas de inflação para 2022 que pode chegar a mais de 60%.
Ronaldo Schemidt/AFP
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O novo congelamento - uma constante na história econômica recente da Argentina - se dá um dia antes da divulgação da taxa de inflação de setembro.
O anúncio foi feito pelo secretário de Comércio Interior do país, Roberto Feletti, após uma reunião com empresários que representam as principais indústrias de alimentos, bebidas, produtos de higiene e de limpeza - que compõem a cesta básica.
Após o encontro com líderes setoriais, Feletti pediu que as empresas enviassem até hoje as listas de preços dos produtos para o governo.
O prazo do atual congelamento termina no início de janeiro.
O presidente da Argentina, Alberto Fernández (Reprodução)
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Em novembro, a Argentina renova a Câmara e o Senado e as primárias legislativas de setembro indicaram que o governo deve sofrer uma dura derrota nas urnas.
“Não há nenhuma dúvida de que essas medidas [de congelamento] são meramente eleitoreiras e de curto prazo”, afirmou o cientista político argentino Sergio Berensztein.
“Já há uma pesada inflação represada na Argentina e não há nenhuma ação estrutural que acompanhe esse congelamento e possa dar sustentabilidade ao combate à alta de preços.”
Estudo do JP Morgan estima que a diferença entre a inflação medida pelo órgão oficial, o Indec, e a inflação subjacente (econômica) já era de pelo menos 15 pontos no primeiro semestre.
Com o maior represamento dos preços, a tendência é que essa diferença aumente.
Com agências internacionais