O crescimento da profissão de corretor de imóveis é uma das tendências do mercado imobiliário nos últimos três anos.
Conheça as transformações da profissão através das histórias de quem tem vivenciado a transformação digital na construção civil
Os recentes anúncios das mudanças na política de habitação do Governo são algumas das boas notícias que vêm animando o mercado imobiliário, em especial os corretores de imóveis, no cenário pós-pandêmico no Brasil.
Apesar do crescimento abaixo do esperado, e da alta da taxa de juros no primeiro semestre de 2013, o setor ainda segue comemorando bons índices este ano, a ponto de estimular o crescimento da própria profissão de corretor de imóveis.
Se no início de 2020 o Conselho Federal de Corretores de Imóveis (COFECI) anunciava o número de 390 mil profissionais cadastrados, no segundo semestre de 2023 já são 513 mil profissionais.
Uma categoria que não para de crescer e pedir avanços que vão ao encontro da valorização do profissional corretor, a exemplo o combate à desregulamentação da profissão, e a defesa do Dia Nacional do Registro de Imóveis no Brasil.
De acordo com dados do COFECI, o número de corretores de imóveis cresceu mais de 10% durante a pandemia, entre os anos de 2020 e 2021.
O número de imobiliárias também cresceu acima da média na ocasião, de 47 mil para 56 mil. As estatísticas surpreenderam quem esperava uma desaceleração brusca do setor naquele contexto.
A explicação esteve nas taxas macroeconômicas favoráveis, que “reacenderam a paixão pela casa própria” e fizeram do investimento em imóveis um bom negócio naquele momento, nas palavras do presidente do COFECI, João Teodoro.
Recentemente, em 2023, a categoria comemorou a formação da Frente Parlamentar Mista de Apoio ao Mercado Imobiliário no Congresso Nacional, e a defesa da Agenda Legislativa dos Corretores de Imóveis 2023.
Corretores de imóveis: uma profissão em transformação digital
Ainda de acordo com o presidente do COFECI, João Teodoro, nos anos em que a crise sanitária impôs a adesão ao teletrabalho, muitos dos processos de gestão em vendas de imóveis precisaram se digitalizar.
Em especial no dia a dia do corretor, onde se verificou um aumento dos negócios firmados, a chegada de novas tecnologias, como o tour virtual e as pagadorias ou fintechs, exigiram adaptação.
“Se há algum tempo, uma pessoa interessada em comprar um imóvel fazia cerca de 20 visitas, hoje ela pede vídeos e se interessa em fazer um tour virtual”, explica João Teodoro.
Uma pesquisa realizada pelo Capterra no primeiro semestre de 2022, investigou a adoção de ferramentas tecnológicas pelo mercado imobiliário e descobriu que 5 de cada 10 consumidores realizaram um tour virtual quando estavam analisando imóveis para comprar ou alugar, por exemplo.
Luan Max, gerente comercial na incorporadora Viewco e corretor desde 2014, conta que, desde aquela época, já se usava ferramentas digitais, como as redes sociais, para gerar vendas, mas que, com o passar do tempo, testemunhou a chegada de novas plataformas e o refinamento de mais soluções especializadas.
“Realizei minha primeira venda a partir de um post que fiz no Facebook, agora são inúmeras as soluções digitais que uso na minha jornada de venda”, conta.
Outro tipo de solução digital que impacta diretamente nos processos de digitalização de vendas, as fintechs, também comemorou crescimento nos últimos três anos.
Dados da Apptopia revelam que os apps de fintechs registraram um crescimento expressivo em 2022 e os brasileiros adotaram rapidamente esses aplicativos.
Essa tendência também se iniciou a partir da pandemia, pois a população começou a utilizar mais os pagamentos digitais, já que se encontrava impossibilitada de ir às agências bancárias.
A adesão ao PIX, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, e a criação do auxílio emergencial, também foram fatores determinantes para o crescimento das fintechs entre 2020 e 2021.
Segundo a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), atualmente, são 1.481 empresas deste tipo cadastradas no Brasil.
Segurança e independência para corretores de imóveis
Durante este processo de digitalização, os sistemas de pagadoria viram dentro do mercado imobiliário um problema muito explícito e pouco solucionado: o pagamento da corretagem.
Para Ronaldo de Jesus Gonçalves, gestor de CRM da incorporadora paulista Viewco, as chamadas pagadorias eram a solução que faltava para completar o processo de digitalização da gestão de vendas, melhorando a experiência para todos os envolvidos no processo.
“Não adiantava a gente apresentar o imóvel para o comprador de forma virtual, otimizar o relacionamento e a venda para o cliente, se a gente continuasse a demorar para pagar o corretor na ponta, no final”, afirma.
O gestor se refere às antigas formas de repasse da comissão de corretores, regulamentada por Lei, mas que nem sempre tinham garantia jurídica vistos os modos tradicionais de repasse.
Na gestão automatizada, sistemas como o LinkPay criam verdadeiras operações financeiras personalizadas para cada corretor, que fica livre para emitir boletos, e controlar os recebíveis.
A incorporadora sai do circuito de repasse da comissão, e a gestão vai para as mãos do corretor.
De acordo com Ronaldo de Jesus Gonçalves, clientes também relatam a melhoria na experiência de pagamento, uma vez que se sentem mais seguros ao receber os boletos de pagamento da comissão vindos diretamente das plataformas verificadas, via e-mail.
“Isso é muito diferente da insegurança de passar um cheque de pagamento desta comissão”, compartilha Ronaldo, que diz não conseguir lembrar como era o mercado imobiliário antes da pagadoria.
Já o corretor Luan Max afirma que, apesar da pagadoria digital ser uma solução que já operava desde antes da pandemia, em 2020, agora ela vem sendo integrada a outros sistemas em plataformas, o que otimiza o trabalho da corretagem de ponta a ponta.
“A pagadoria está agora a um clique”, comemora.
Ecossistemas tecnológicos para corretores de imóveis
Diante das inúmeras opções de soluções digitais que transformam o trabalho do corretor, uma maneira de simplificar o trabalho diário é integrar estas aplicações em um só lugar.
Este é o papel dos Customer Relationship Management (CRM), plataformas que otimizam a experiência do cliente oferecendo um atendimento omnichannel, e que também aceleram a performance do corretor com soluções como: captura de leads, espelho de vendas, análise de crédito, assinatura eletrônica, tour virtual, pagadoria, atendimento por chatbot, e muitas outras soluções.
Para o CEO do primeiro CRM 5.0 do mercado imobiliário (CV CRM), Fábio Garcez, hoje, o maior desafio é fazer com que os gestores compreendam os ganhos de tecnologias como a pagadoria para a produtividade dos corretores também fora dos grandes centros.
“Hoje nós temos muitos clientes que utilizam a solução de pagadoria, atribuindo independência aos corretores na cobrança de comissões, mas percebemos que ainda é uma mentalidade que precisa avançar”, opina.
Para o corretor Luan Max, o profissional que não se atualizar no uso destas ferramentas, certamente ficará obsoleto.
“É claro que existem perfis de clientes que ainda valorizam o plantão de vendas e as unidades decoradas, mas, mesmo para esses, existem facilidades digitais que otimizam a experiência de compra, como a assinatura digital”, defende.
O poder da informação na transformação digital
Com o intuito de promover a educação do mercado imobiliário para a adoção de novas tecnologias, o CV CRM aposta na produção e divulgação cotidiana de conteúdo rico sobre a digitalização do setor, a exemplo da primeira web-série do setor de incorporações o Transforma Inc., o podcast CV na Prática, e conteúdos como um e-book sobre tecnologias de pagamento e suas vantagens para incorporadoras.
“Entendendo que a informação é uma grande aliada do corretor de imóveis que deseja potencializar sua independência profissional e financeira, o acesso a este tipo de material torna-se primordial”, orienta Fábio Garcez.
O e-book de Tecnologias de Pagamento para Incorporadoras aborda conceitos e fornece argumentos para que os tomadores de decisão de imobiliárias e incorporadoras percebam a importância da integração das fintechs ao seu processo comercial.