Economia & Negócios

Edição: Hugo Julião
19:07
02/10/2021

Crise de energia na Europa gera aumentos nos preços e risco de apagões

O aumento dos preços da energia na Europa e a redução dos estoques de gás natural às vésperas do inverno causam dor de cabeça em diversos países.

Eles poderão enfrentar problemas para abastecer as casas quando as temperaturas despencarem. 

Em meio a uma alta acelerada da atividade desde maio, graças à flexibilização das normas sanitárias, a demanda por gás explodiu nos últimos meses.

Em consequência, está sob tensão os estoques em países como Alemanha, Espanha e Itália. 

Isso ocorre num momento em que a produção esperada de fontes renováveis não correspondeu às expectativas, com um verão com pouco vento para abastecer as usinas eólicas.

Para completar, um imbróglio geopolítico com a Rússia piora o quadro. 

Moscou, a maior produtora e fornecedora de gás no continente, se aproveita da situação para pressionar pela aceleração do início das operações do gasoduto Nord Stream 2, entre o país e a Alemanha.

Com o fornecimento a conta-gotas pelos russos, os valores da eletricidade dispararam, principalmente nas economias mais dependentes das importações e com menor oferta nacional de energia nuclear. 

No Reino Unido, a crise energética já levou sete fornecedores à falência e prejudica o abastecimento alimentar, que também depende do gás.

Na Grã-Bretanha, como em vários países europeus, a escassez de gás faz disparar o custo da eletricidade.

----------
 

Semana após semanas, os europeus anunciam planos para limitar os aumentos, que têm um forte impacto no poder aquisitivo das famílias já fragilizadas pela pandemia de Covid-19. 

A Itália subsidiará as tarifas para os 3 milhões de italianos de renda baixa, enquanto 6 milhões de pequenas empresas e 29 milhões de usuários ficarão isentos de um imposto para o desenvolvimento de infraestruturas até o fim do ano. 

Com as medidas, Roma visa evitar uma alta da conta de luz que chegaria a 40%.

 

O aumento da luz chega no momento em que os franceses já estão incomodados com a subida do litro de combustíveis nos postos – reflexo do encarecimento do petróleo no mercado mundial

----------

Na Espanha, onde a eletricidade subiu 35% desde junho, a cartada da redução de impostos também foi aplicada.

O governo prometeu baixar a conta mensal de luz dos consumidores em 22% até dezembro.

Nesta quinta-feira, foi a vez de o governo francês revelar o seu pacote – três semanas depois de oferecer aos mais pobres um “cheque-energia" de 100 euros, para ajudá-los a pagar a conta. 

O país é menos abalado pelo contexto internacional por ter menor dependência do gás, graças às usinas nucleares nacionais. 

Mesmo assim, teve altas sucessivas de 7,9% em setembro e 12,6% em outubro.

Com informações da RFI

Compartilhe