Entre 13 dos mais importantes setores da indústria brasileira, 10 já retomaram ou superaram, nesta metade do ano, níveis de atividade que exibiam antes da chegada da covid-19 ao País (ver quadro).
A produção de cimento, por exemplo, está 22% superior ao que registrava em 2019.
No setor de papel, o crescimento é de 15% e no de plásticos, de 7,9%.
A expectativa é que esses setores possam seguir acelerando, ancorados principalmente no avanço da vacinação, que pode elevar o consumo.
Levantamento feito pelo Itaú Unibanco indica que entre os setores com desempenho acima do período pré-pandemia está o siderúrgico – com boa parte da demanda vinda da construção civil , e o de embalagens que, por sua vez, movimentam a indústria de papel.
Na siderurgia, produção de aço bruto cresceu 3,5% na primeira metade do ano ante igual período de 2019.
A indústria de papel aumentou sua produção em 15% no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2019.
Parcela importante da demanda veio do crescimento de compras pelo e-commerce e o delivery de alimentos.
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Como estão os principais setores em relação à pré-pandemia, de acordo com a forma de medição de cada um*
*Primeiro semestre ou de janeiro a maio ante igual período de 2019
**Primeiro trimestre de 2020 ante 2019
Fonte: Entidades dos setores
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Ao contrário dos fabricantes de aço, o setor automotivo está na lista dos mais distantes em retomar níveis de antes da pandemia.
A produção de veículos está 21,8% abaixo dos números de 2019, com 1,15 milhão de unidades registradas na primeira metade do ano.
Pedro Renault, economista do Itaú Unibanco, pondera que a demanda por veículos está aquecida, mas há um gargalo no fornecimento de semicondutores que tem levado várias montadoras a interromperem a produção.
Com isso, faltam veículos nas revendas. O modelo mais vendido no País atualmente, a picape Fiat Strada, tem fila de espera de três meses.
Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, entre 100 mil a 120 mil veículos deixaram de ser produzidos no primeiro semestre por causa da escassez de itens eletrônicos, o que ajuda a retardar a recuperação do setor.
A Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla) diz que o setor pretendia comprar 800 mil veículos novos no decorrer do ano.
Em razão das dificuldades de produção, a entidade acredita que no máximo 50% desse potencial será realizado, com compras entre 380 mil a 400 mil automóveis e comerciais leves.
Com informações do Estadão Conteúdo