Em uma aliança inédita, os Estados Unidos e outros países, entre eles a China, farão uso de suas reservas estratégicas de petróleo para tentar provocar uma queda nos preços desta commodity.
Foi o que nunciou a Casa Branca nesta terça-feira (23).
O presidente Joe Biden informou que ordenou a liberação de 50 milhões de barris de petróleo das reservas estratégicas dos EUA.
"Esta decisão será tomada em paralelo com outras nações que têm um consumo importante de energia, como China, Índia, Japão, República da Coreia e Reino Unido", disse a Casa Branca.
A decisão surge em um momento em que os preços nos postos de gasolina continuam subindo nos Estados Unidos.
Este quadro representa um grande problema político para Biden, especialmente na véspera do Dia de Ação de Graças, feriado em que os americanos se deslocam para se reunir com seus familiares.
Apresentada como inédita pelos americanos, a iniciativa conjunta busca fazer os preços caírem de forma mecânica diante do aumento da oferta.
Diante dos rumores desta operação coordenada, os preços chegaram a cair cerca de 10% nos últimos dias.
Para chegar a esse acordo, Washington e Pequim puseram sua rivalidade de lado, já que a China também é um dos maiores consumidores de petróleo do mundo.
As tentativas dos Estados Unidos de pressionar os países produtores, especialmente a Arábia Saudita, para que aumentem sua oferta até agora não funcionaram.
O presidente dos Estados Unidos também tem na mira as grandes empresas do setor, acusadas de transferirem para os postos de gasolina apenas a alta dos preços, enquanto registram lucros gigantescos.
Há alguns dias, a Casa Branca pediu à autoridade de concorrência que se pronuncie "imediatamente" sobre o comportamento "eventualmente ilegal" das companhias petroleiras, e não descarta ações judiciais.
As reservas dos EUA, o maior estoque de emergência do mundo, estão armazenadas em locações subterrâneas nos estados de Louisiana e do Texas, com 714 milhões de barris.
É bastante incomum que grandes quantidades sejam retiradas de lá, salvo em caso de urgência.
É o que acontece, por exemplo, quando grandes furacões afetam o Golfo do México, crucial para a produção de petróleo, ou em resposta a crises internacionais.
Com informações da Folha de S.Paulo