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24/03/2025 09:49

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Prateleiras do supermercado

Apesar do apelo do governo federal pela isenção total do ICMS sobre os produtos da cesta básica, a medida ainda é adotada por poucos estados brasileiros, segundo levantamento do O Globo.

A maioria dos estados já aplica alíquotas reduzidas, mas a isenção completa é rara. Apenas São Paulo e Bahia informaram ter alíquota zero para mais da metade dos produtos analisados — sendo que, na Bahia, parte da isenção só vale para itens produzidos localmente.

Produtos analisados no levantamento

  • Carne
  • Leite
  • Arroz
  • Feijão
  • Macarrão
  • Farinha
  • Café
  • Açúcar
  • Manteiga
  • Pão francês

Destaques por estado

Bahia

  • Isentos: leite, feijão, arroz, farinha, pão francês, carne e macarrão (os três últimos apenas se produzidos na Bahia).
  • Taxa de 20,5%: café em pó, açúcar e manteiga.
  • Além dos 10 produtos analisados, têm alíquota zero para milho, sal de cozinha, fubá de milho, ovos, frutas, legumes e hortaliças.

São Paulo

  • Isentos: maioria dos produtos da cesta.
  • Com alíquota de 7%: carnes, café, açúcar e manteiga.
  • Também isenta hortifrutigranjeiros, ovos, biscoitos e bolachas.

Outros estados

  • Piauí foi o único a anunciar redução de taxas após o apelo do governo federal.
  • Espírito Santo, Alagoas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Acre informaram que estão avaliando a ampliação da desoneração, mas apontam impacto na arrecadação.

Estimativas de impacto econômico

  • Segundo o Ministério da Fazenda, a isenção total do ICMS nos estados poderia:
    • Reduzir em 2,91 pontos percentuais a inflação de alimentos.
    • Diminuir em 0,46 ponto percentual a inflação medida pelo IPCA.
  • XP Investimentos estima uma redução de:
    • 0,65 ponto percentual no IPCA total.
    • 4,2 pontos percentuais na inflação de alimentação no domicílio, caso o benefício seja totalmente repassado ao consumidor — o que é considerado improvável.

Um estudo da FGV Direito SP, de 2023, aponta que, em média, apenas 13% da redução de ICMS é percebida pelo consumidor final.

Entraves e posicionamentos

  • Muitos governadores defendem que qualquer renúncia fiscal deve ser compensada pela União, o que não está previsto atualmente.
  • A desoneração depende de convênio no Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), mas ainda não há consenso sobre o tema.
  • Santa Catarina estima uma perda de R$ 1,1 bilhão com a isenção total e questiona a falta de compensação federal.
  • A secretária da Fazenda de Sergipe, Sarah Tarsila, defendeu que o estado já concede benefícios fiscais variados e que qualquer nova renúncia precisa de medidas compensatórias.

Contexto político

  • O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (PL), afirmou que o estado já fez o “dever de casa” e cobrou o mesmo da União.
  • O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rebateu a fala, classificando como "fake news" a sugestão de que o governo federal não faz sua parte.
  • O vice-presidente Geraldo Alckmin tem liderado o apelo para que os estados sigam o exemplo da União, que já isenta os produtos da cesta básica dos tributos federais.

Reforma Tributária

A discussão sobre isenção de impostos em alimentos será encerrada com a implementação da Reforma Tributária, que já prevê alíquota zero de CBS (tributo federal) e IBS (tributo estadual e municipal) para produtos da cesta básica. Entretanto, a medida ainda não está em vigor.

 

Com informações do O Globo

Da redação

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