31/01/2022 10:03

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Em outubro de 2020, a jovem norte-americana Shana Blackwell anunciou que estava se demitindo da filial do Walmart em que trabalhava, usando o microfone do supermercado, em um vídeo que se tornou viral no TikTok.

Sem querer, a menina inspirou a hashtag #QuitMyJob (Eu me demito). Atualmente, vídeos com a conotação do movimento antitrabalho acumulam aproximadamente 200 milhões de visualizações na plataforma de vídeos.

A partir daí, tornou-se tendência no aplicativo chinês pessoas gravarem seus pedidos de demissão e transmiti-los, ao vivo.

Entre outras atitudes, internautas atacam patrões, manifestam descontentamentos e pedem aumentos salariais.


Veja o vídeo de Shana:

Esses vídeos têm uma repercussão considerável nos Estados Unidos, que vivem uma onda de demissões sem precedentes, chamada de ‘A Grande Demissão'”, explicou Stéphanie Lukasik, professora e pesquisadora em Ciências da Informação e da Comunicação da Universidade de Lorraine, na França, em entrevista à agência de notícias AFP, publicada neste domingo, 30.

A maré do movimento antitrabalho no exterior, que se divide nos ajuntamentos Great Resignation e Big Quit — numa tradução livre, Grande Onda de Pedidos de Demissão —, preocupa empresas norte-americanas e britânicas.

Isso porque a volta ao trabalho presencial tem sido motivo de protesto das gerações millenials (26 a 40 anos) e Zs (abaixo de 26).

Eles justificam que a pandemia da covid-19 ainda não acabou, portanto, é melhor ficar em casa.

Levantamento do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos dá conta de que 4,3 milhões de pessoas pediram demissão ou aposentadoria apenas no mês de agosto.

O número surpreendeu a Casa Branca e demais autoridades.

 

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Aqueles que se recusarem a cumprir a regra podem ser multados em até US$ 125.000, e ainda sofrer penalidades civis.

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No Reino Unido, uma economia que representa 13% da norte-americana, foram 400 mil pedidos entre julho e setembro.

Nas entrevistas de saída, o setor de Recursos Humanos das companhias documenta as principais razões.

Segundo os demissionários, os motivos para aderirem ao movimento antitrabalho são:

o medo de contrair covid,

as supostas condições de trabalho insatisfatórias

e o desejo de reorganizar a vida a partir de outros parâmetros.

Trata-se de um fenômeno cujas razões e consequências, como a própria pandemia de coronavírus, só poderão ser completamente esclarecidas daqui a alguns anos.

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