O Brasil alcançou um recorde no número de pedidos de demissão voluntária em 2024, com quase 8,5 milhões de trabalhadores optando por deixar seus empregos ao longo do ano, segundo levantamento da LCA Consultoria Econômica, baseado em dados do Ministério do Trabalho. A informação foi divulgada pelo Jornal Nacional.
De acordo com o InfoMoney, especialistas apontam que esse aumento reflete um mercado de trabalho aquecido, com novas oportunidades incentivando profissionais a buscar melhores condições ou reorientar suas carreiras.
Dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) indicam que, entre janeiro e setembro deste ano, 6,5 milhões de desligamentos voluntários foram registrados. O número representa um crescimento significativo em relação a períodos anteriores: em 2023 e 2022, no mesmo intervalo, foram 5,6 milhões e 5,3 milhões, respectivamente.
A faixa etária de 18 a 24 anos liderou o movimento em 2024, respondendo por 30% dos pedidos de demissão. Segundo Janaina Feijó, pesquisadora do FGV Ibre, essa tendência é impulsionada pelo aumento da média salarial e pelas condições mais atraentes no mercado de trabalho.
“Os jovens, particularmente, têm aproveitado esse momento para explorar novas possibilidades, seja em empreendimentos próprios ou em posições que oferecem maior crescimento profissional”, explica Feijó.
Os setores de bares e restaurantes estão entre os mais afetados pelos pedidos de demissão. Horários noturnos, trabalho aos finais de semana e rotinas fixas dificultam a retenção de funcionários em um contexto de alta oferta de vagas. O setor de construção civil também enfrenta desafios semelhantes para preencher suas posições.
O cenário reflete não apenas o aquecimento econômico, mas também mudanças no comportamento dos trabalhadores, que estão mais dispostos a trocar empregos estáveis por projetos pessoais, salários mais altos ou melhores condições de trabalho, incluindo maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Especialistas avaliam que essa dinâmica revela uma transformação no mercado de trabalho brasileiro, onde os profissionais demonstram maior disposição para assumir riscos e explorar novos caminhos. Para as empresas, o desafio é reter talentos e se adaptar a um ambiente cada vez mais competitivo.
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