04/08/2022 17:50

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A aplicação financeira mais tradicional dos brasileiros continua a enfrentar a fuga de recursos.

Em julho, os brasileiros sacaram R$ 12,66 bilhões a mais do que depositaram na caderneta de poupança, informou hoje (4) o Banco Central (BC).

Essa foi a maior retirada líquida (saques menos depósitos) registrada para meses de julho desde o início da série histórica, em 1995.

Com o desempenho de julho, a poupança acumula retirada líquida de R$ 63,15 bilhões nos sete primeiros meses do ano.

Essa é a maior retirada acumulada para o período desde o início da série histórica, em 1995.

José Cruz/Agência Brasil

Em 2022, a caderneta registrou captação líquida (mais depósitos que saques) apenas em abril, quando o fluxo ficou positivo em R$ 3,51 bilhões.

Nos demais meses, as retiradas superaram os depósitos, num cenário de alta da inflação e do endividamento, combinado com rendimentos mais baixos por causa dos aumentos da taxa Selic (juros básicos da economia), que tornam outras aplicações de renda fixa mais atraentes.

Em 2020, a poupança registrou captação líquida (depósitos menos saques) recorde de R$ 166,31 bilhões.

Contribuiu para o resultado a instabilidade no mercado de títulos públicos no início da pandemia de covid-19 e o pagamento do auxílio emergencial, que foi depositado em contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal.

 

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No ano passado, a poupança registrou retirada líquida de R$ 35,5 bilhões.

A aplicação foi pressionada pelo fim do auxílio emergencial, pelos rendimentos baixos e pelo endividamento maior dos brasileiros.

A retirada líquida – diferença entre saques e depósitos – só não foi maior que a registrada em 2015 (R$ 53,57 bilhões) e em 2016 (R$ 40,7 bilhões).

Naqueles anos, a forte crise econômica levou os brasileiros a sacarem recursos da aplicação.

 

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Rendimento


Até recentemente, a poupança rendia 70% da Taxa Selic (juros básicos da economia).

Desde dezembro do ano passado, a aplicação passou a render o equivalente à taxa referencial (TR) mais 6,17% ao ano, porque a Selic voltou a ficar acima de 8,5% ao ano.

Atualmente, os juros básicos estão em 13,75% ao ano.

O aumento dos juros, no entanto, foi insuficiente para fazer a poupança render mais que a inflação, provocando a fuga de alguns investidores.

Nos 12 meses terminados em julho, a aplicação rendeu 6,2%, segundo o Banco Central.

No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15), que funciona como prévia da inflação oficial, atingiu 11,39%.

O IPCA cheio de julho será divulgado no próximo dia 9 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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