Como debatido ao longo do ano de 2020, as medidas de isolamento decorrentes da pandemia do Coronavírus no país, causaram impactos econômicos devastadores em diversos setores da economia, a exemplo do sistema público de transporte.
No estado de Sergipe, Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros são as quatro cidades que fazem parte do sistema integrado de transporte público coletivo local.
Atualmente, com oito terminais para interligação das linhas entre as cidades e mais de 500 veículos na frota, o serviço não para de perder demanda de passageiro.
O cenário segue preocupante mesmo com a expectativa da retomada econômica após a quarentena.
O sistema de transporte público coletivo de Aracaju chegou a sofrer uma dura redução de, aproximadamente, 72% dos usuários no ápice da pandemia em 2020 - uma perda de receita do sistema de quase R$ 100 milhões.
Um impacto de impossível absorção para o transporte coletivo da grande Aracaju.
Afinal, mesmo com a danosa redução no número de passageiros, os custos das empresas permaneceram, tendo apenas a tarifa como forma de custeio.
E agora em janeiro, a queda de usuários ainda continua acentuada.
Nos dez primeiros dias de 2021, a redução do número de passageiros foi de 43,8% comparando com o mesmo período de 2020, sendo a média diária de utilizações inferior a 100 mil/ dia, enquanto que em 2020 era de quase 200 mil/dia.
Apesar do quadro de desemprego ser gritante na conjuntura atual nacional, a maioria dos postos de trabalho têm sido preservados.
Isso foi alcançado com a transferência de parcela da equipe para desenvolver ações de prevenção nos terminais, ampliar o número de motoristas e expandir a rede de vendas da bilhetagem eletrônica, evitando a contaminação através do uso de dinheiro no pagamento de tarifa.
O setor de transporte segue lutando para continuar prestando serviço à população. Entretanto, é notório que as operadoras estão no limite de suas ações.
Os prejuízos calculados são milionários para o transporte e é necessário ações urgentes para restabelecer as condições básicas de equilíbrio do sistema.
Para isso, faz-se necessário, com injeção de receita extra tarifária, cobertura financeira das gratuidades e redução dos tributos incidentes sobre insumos do transporte coletivo, entre outras.
Fonte: Setransp