Nessa segunda-feira (2), o Senado Federal deu sinal verde para a lei que institucionaliza o Desenrola, iniciativa do governo federal voltada para a renegociação de dívidas.
A medida, agora, segue para a chancela do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Alerta da equipe econômica acelera votação
A votação no Senado foi influenciada pelo aviso da equipe econômica do governo, que enfatizou a necessidade de aprovação do projeto até esta terça-feira (3).
A razão é o vencimento da medida provisória que iniciou o programa Desenrola, em vigor desde julho.
Juros do rotativo no cartão sob o holofote
Uma das características centrais do projeto é a imposição de um teto de 100% para o crédito rotativo, a menos que o setor apresente uma alternativa para diminuir essa taxa em até 90 dias.
Atualmente, os juros do rotativo encontram-se em 445,7%, ou 15% ao mês. Especialistas classificam tais valores como exorbitantes.
Proposta de extinção e parcelamento
Roberto Campos Neto, presidente do BC, em agosto, mencionou a possibilidade de eliminar o rotativo, substituindo-o por um modelo de parcelamento do saldo devedor com juros estimados em 9% ao mês.
Incentivando a competição com a portabilidade
O texto aprovado contempla a portabilidade do saldo devedor de cartão de crédito e operações parceladas.
Programa Desenrola Brasil em foco
O Desenrola Brasil foi lançado com o intuito de possibilitar a renegociação de dívidas.
Ele é segmentado em duas faixas:
Faixa I: voltada para indivíduos com renda de até dois salários-mínimos ou registrados no Cadastro Único (CadÚnico). A garantia do Tesouro Nacional permite a renegociação de débitos de até R$ 5 mil feitos até dezembro de 2022. As condições de pagamento se estendem por até 60 parcelas.
Faixa II: direcionada para aqueles com renda mensal de até R$ 20 mil. A renegociação ocorre diretamente com o banco, sem garantias da União e com um mínimo de 12 parcelas.
O projeto também abriu espaço para microempreendedores individuais e empresas de pequeno porte se juntarem ao programa, mas na posição de credores.
Com informações da CNN Brasil