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19/12/2024 15:35

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Cerâmica Capri

Eneva será fornecedora de gás natural da Cerâmica Capri / Foto: Igor Matias
 

A partir de 2025, Sergipe dará um passo importante para a diversificação e fortalecimento do setor energético.

O estado voltará a contar com consumidores livres de gás natural, com destaque para a Cerâmica Serra Azul, do grupo Carmelo Fior, o maior consumidor do energético em Sergipe, e a Cerâmica Capri, o terceiro maior, que seguirão novas estratégias em relação ao fornecimento de gás.

Com o modelo, os consumidores terão liberdade para negociar seus contratos de fornecimento de gás natural diretamente com os fornecedores.

Impacto direto no mercado local

A entrada dessas indústrias no mercado livre terá um impacto direto no mercado local. O fornecimento de gás, por exemplo, está sendo negociado em condições melhores do que as praticadas atualmente na condição de consumidor cativo da Sergas, criando uma oportunidade significativa para a redução dos custos de produção, já que o gás natural representa uma parcela significativa desse montante.

A mudança não só contribui para a competitividade das empresas, mas também fortalece a posição estratégica de Sergipe no cenário nacional.

O secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia, Valmor Barbosa, explica que a competitividade é o maior benefício da transição para o modelo livre.

"Com a possibilidade de negociar diretamente com os fornecedores de gás, essas indústrias terão acesso a preços mais baixos e condições mais favoráveis, o que pode atrair mais investimentos para o estado e gerar novos empregos", afirma.

A empresa Serra Azul terá como seu fornecedor a Brava Energia, enquanto a Capri terá fornecimento da Eneva

Ambos os acordos são resultados da regulamentação promovida pelo Governo de Sergipe, por meio da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Sergipe (Agrese). O órgão tem facilitado o acesso das indústrias locais ao modelo de consumidor livre, além de criar a Tarifa de Movimentação de Gás da Área de Concessão (TMOV) que estimula a migração.

Migração do mercado cativo de gás para o mercado livre

O diretor-presidente da Agrese, Luiz Hamilton Santana de Oliveira, destaca que a migração do mercado cativo de gás para o mercado livre só foi possível devido à Lei do Gás e à regulação efetuada pela agência.

Isso possibilita às empresas a comprarem molécula do gás mais barata no mercado a partir do momento que outros agentes, além da Sergas, poderão comercializar o gás. Isso é importante para o estado. O cenário que está sendo agora concretizado pela Serra Azul e pela Capri representa a possibilidade de outras empresas buscarem Sergipe para se instalarem. Temos um ambiente regulatório favorável, que traz segurança jurídica por conta da abertura do mercado de gás”, explica Luiz Hamilton.

O secretário-executivo da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), Marcelo Menezes, explica que o mercado livre de gás natural não traz prejuízos para a Sergas.

Para a distribuidora estadual não existe perda de resultados, já que a receita da Companhia é decorrente da margem de distribuição, não havendo ganhos na comercialização da molécula. A Sergas deixa de ter as obrigações vinculadas aos contratos de compra do gás e também fica imune ao risco de crédito da operação de venda aos grandes consumidores que venham a migrar para o mercado livre. A regulação estadual estabelece limite de volume acessível para habilitar consumidores a buscar novos supridores, estimulando, dessa forma, que os consumidores busquem alternativas de suprimento com redução de custos e condições de flexibilidade que melhor atendam às suas necessidades”, sintetiza.

Terminal de GNL

O início das operações para atendimento ao mercado nacional por meio do terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) em Sergipe, a partir da conexão por gasoduto recentemente implantado pela Transportadora Associada de Gás (TAG), é mais um fator de estímulo aos novos modelos de negócio. Isso ocorre em função da flexibilidade e liquidez que será ofertada ao mercado por essa infraestrutura.

O terminal de GNL em Sergipe, de propriedade da Eneva, está concluindo um processo de manutenção, com a substituição do equipamento conhecido como ‘riser’, devendo estar operacional ainda este ano.

A Usina Termoelétrica (UTE) Porto de Sergipe I entrou em operação no dia 30 de novembro utilizando o gás natural da malha de transporte, devendo retomar em breve o consumo do gás importado trazido através do terminal de Sergipe.

O mercado livre de gás natural representa uma oportunidade estratégica para empresas em Sergipe, especialmente em um momento em que buscam reduzir custos e adotar práticas mais eficientes. A Eneva oferece soluções para a indústria de Sergipe com energia competitiva e sustentável, maior segurança, previsibilidade de custos e flexibilidade na gestão do consumo de seus clientes”, informa o diretor de Marketing, Comercialização e Novos Negócios da Eneva, Marcelo Lopes.

Sobre a Capri

Instalada em Nossa Senhora do Socorro desde 2020, a Cerâmica Capri é uma empresa especializada na fabricação de materiais de construção e refratários em argila.

O processo de migração para o mercado livre começou com a solicitação feita no dia 27 de setembro à Sergas, informando o interesse de migrar a partir de 1º de janeiro de 2025. Como consumidor livre, a Capri passará a pagar separadamente pelo custo de movimentação do gás, além da tarifa pelo transporte e pela molécula do gás. Esse valor foi definido em uma resolução da Agrese para o setor industrial de Sergipe.

De acordo com Hiro, o gás natural representa 36% do consumo industrial da empresa. “Qualquer medida que faça com que a gente consiga baixar o custo desse insumo energético é uma vantagem competitiva no mercado. Esse processo de migração conduz a uma negociação livre com os fornecedores de gás. Fechamos contrato com a Eneva, já utilizando a integração do gasoduto do terminal do hub de Sergipe à malha de transportes. Assim, seremos um dos pioneiros a utilizar os benefícios dessa interligação”, declara o diretor-presidente da Capri, Celso Hiroshi Hayasi, referindo-se ao recém-implantado gasoduto da TAG em Sergipe. Com 25 quilômetros de extensão, a obra contou com incentivo fiscal do Governo de Sergipe.

Sobre a Serra Azul

A Serra Azul é uma cerâmica pertencente ao Grupo Carmelo Fior, que atende às regiões Norte e Nordeste do Brasil. Instalado em Sergipe desde 2010, o empreendimento produz revestimentos sob a marca Arielle.

A indústria foi uma das pioneiras do setor cerâmico paulista a migrar do mercado cativo para o mercado livre de gás natural. O primeiro passo foi migrar 45% de seu volume no estado de São Paulo para o mercado parcialmente livre, a fim de buscar aprendizado e entender melhor a dinâmica deste novo mercado.

Segundo o CEO da Serra Azul, Eduardo Fior, a empresa buscou migrar todas as plantas, com a totalidade de seus consumos, em 2025: Sergipe, São Paulo e Santa Catarina.

Buscamos o know-how de parceiros do setor de gás, a fim de encontrar alternativas mais flexíveis que atendessem às suas particularidades produtivas, e encontramos a Brava Energia como nosso melhor parceiro, o qual nos apoiou e entendeu a necessidade. Ato seguinte, nos apoiamos na Sergas e Agrese para que nos auxiliassem nesta migração, às quais não mediram esforços e contribuíram muito para a segurança do processo”, salienta.

 

Com informações do Governo de Sergipe

Da redação

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