09/01/2022 16:06

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A pandemia de coronavírus gerou consequências nefastas também na área da economia.

A inflação, o desemprego, a queda de produtividade nas empresas e a desvalorização das moedas pressionaram os governos nacionais a aumentar os salários-mínimos em seus países.

A América Latina é uma das regiões onde mais foram verificadas intervenções estatais na economia, sob a justificativa de reparar os estragos causados pela pandemia.

Abaixo, veja o valor dos salários-mínimos e das cestas básicas de nove países latino-americanos.

Moradores de Buenos Aires: salário mínimo da Argentina é equivalente a US$ 298 / Reuters

Argentina

O salário-mínimo dos hermanos é, atualmente, de 32 mil pesos argentinos (US$ 310). 

Desde o início de 2021, houve aumento nominal acumulado de 53%. Na prática, contudo, devido à alta inflação registrada no período (52%), o povo argentino não ganhou poder de compra.

O preço de uma cesta completa, indicada para uma família de quatro pessoas adultas, é equivalente a quase três salários: 74 mil pesos (US$ 720).

 

Brasil

O valor do salário-mínimo no Brasil em 2022 será de R$ 1.212 (US$ 214), contra R$ 1.100 estabelecidos no ano anterior. 

Com o salário-mínimo de 2022, não é possível comprar duas cestas básicas em Florianópolis (R$ 700 ou US$ 124), São Paulo (R$ 693), Porto Alegre (R$ 691) e Rio de Janeiro (R$ 673).

No entanto, a mesma quantidade de cestas básicas pode ser comprada em Fortaleza (R$ 563), Belém (R$ 538), Natal (R$ 504), João Pessoa (R$ 491), Aracaju (R$ 464), Recife (R$ 485) e Salvador (R$ 487).

*O preço da cesta básica em Florianópolis foi usado como referência.

 

Colômbia

O aumento do salário-mínimo na Colômbia é o maior registrado no país nas últimas quatro décadas. Os cidadãos receberão 1 milhão de pesos colombianos, cerca de US$ 244.

Entretanto, o valor ficará abaixo do salário-mínimo verificado em países como Uruguai (US$ 406), Paraguai (US$ 335) e Bolívia (US$ 314).

De acordo com o Departamento Administrativo Nacional de Estatística (Dane), o salário-mínimo colombiano é suficiente para comprar duas cestas básicas (US$ 240).

 

Chile

Desde maio de 2021, o salário-mínimo é de 337 mil pesos chilenos (US$ 396) para pessoas entre 18 e 65 anos. A renda mínima de quem não está nessa faixa etária, por sua vez, é de 251 mil pesos (US$ 295).

Segundo o Ministério de Desenvolvimento Social do Chile, uma cesta básica para apenas uma pessoa custa 50 mil pesos (US$ 60). Portanto, um salário-mínimo é suficiente para pagar 6,7 cestas.

 

Equador

O salário-mínimo do Equador em 2022 será de US$ 425. 

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censos, o preço de uma cesta básica (indicado para uma família de quatro pessoas) é de US$ 715.

Portanto, pelo menos duas pessoas têm de ganhar um salário-mínimo para que consigam adquirir alimentos básicos.

 

México

O salário-mínimo no México aumentou para 5,2 mil pesos (US$ 256) em 2022, o que representa um aumento de 22%.

Esse valor não é suficiente para adquirir uma cesta básica, que custa entre 9,1 mil e 11,2 mil pesos (US$ 500, na média).

Segundo o site Bloomberg Línea, esse dinheiro é suficiente para comprar 8,6 quilos de tortilhas, 1 quilo de carne bovina e 4,5 quilos de ovos.

Isso significa que os mexicanos podem comprar apenas alguns produtos da cesta básica.

 

Panamá

A partir da segunda quinzena de janeiro, o Panamá iniciará um novo escalonamento no salário-mínimo. Na média, a renda mensal dos trabalhadores é de US$ 268.

Segundo a Autoridade de Defesa do Consumidor e Defesa da Concorrência do Panamá (Acodeco), o preço da cesta básica mais baixa varia entre US$ 253 e US$ 260, podendo ainda chegar a US$ 318.

Na média, é US$ 277. Portanto, um salário-mínimo é capaz de comprar apenas uma cesta básica.

 

Peru

Desde março de 2018, o salário-mínimo no Peru é de 930 soles por mês, o equivalente a US$ 233.

Atualmente, o valor está abaixo do observado em países como Panamá (US$ 268), El Salvador (US$ 243) e Colômbia (US$ 244).

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Informática do Peru (Inei), o salário-mínimo do país não é suficiente para pagar uma cesta básica, cujo valor chega a 1.440 soles (US$ 364).

 

Venezuela

O salário-mínimo na Venezuela é de 10 bolívares digitais. Isso representa uma renda mensal de US$ 2,2. A renda mínima autorizada para um trabalhador na Venezuela é de US$ 1,5 a US$ 3.

Com o salário médio de US$ 2,2 mensais, os venezuelanos conseguem comprar 500 gramas de carne moída ou uma única coxa de frango. Ou, ainda, uma dúzia de ovos.

Segundo o Centro de Documentação e Análise Social da Federação de Professores da Venezuela, o preço da cesta básica em Caracas é de US$ 340.

Isso significa que a população local precisaria de 156 salários-mínimos para não entrar em situação de indigência.

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