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15/04/2025 14:53

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Ovos de Páscoa

Imagem: ASN


A Páscoa de 2025 apresenta um cenário desafiador para o comércio sergipano. Segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o período deverá registrar retração de -1,4% nas vendas em todo o país, já descontada a inflação.

Em Sergipe, a movimentação econômica prevista é de aproximadamente R$ 21 milhões, porém o consumo deve ser mais cauteloso, principalmente devido ao aumento no preço dos produtos tradicionais da data.

Itens mais impactados pela inflação

O destaque negativo vai para o chocolate, que deve apresentar alta média de 18,9%, o maior reajuste em 13 anos.

A valorização no mercado internacional do cacau, que acumulou quase 200% de aumento em um ano, somada à desvalorização do real frente ao dólar (de R$ 5 para R$ 5,80), são os principais fatores por trás do reajuste.

Outros itens com aumentos relevantes:

  • Bacalhau: +9,6%
  • Azeite de oliva: +9,0%

A inflação média da cesta de Páscoa, que inclui oito produtos típicos, deve atingir 7,4% em relação ao ano passado.

Redução nas importações

Dados da Secretaria de Comércio Exterior apontam quedas nas importações:

  • Chocolate: -17,6%
  • Bacalhau: -11,7%

Esse recuo reflete a dificuldade de acesso a produtos importados e pressiona ainda mais os preços praticados no mercado interno.

Análise do mercado local

O presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac de Sergipe, Marcos Andrade, destaca que, apesar da estimativa de movimentação econômica de R$ 21 milhões, o setor deve enfrentar um freio no ritmo de crescimento observado desde 2021.

“Mesmo com o apelo emocional da Páscoa, os preços elevados e o câmbio desfavorável tornam o consumidor mais seletivo. O varejo precisará adotar estratégias criativas para não perder o fôlego comercial da data”, ressalta Marcos Andrade.

Impacto nos hábitos de consumo

Segundo o economista Márcio Rocha, o ticket médio de compras será de aproximadamente R$ 185. Ele destaca que:

“O aumento expressivo do preço do cacau, que subiu 190% em 12 meses, pressionou toda a cadeia de produção do chocolate. Com isso, houve um efeito cascata nos custos, impactando o planejamento de compras do comércio e das famílias.”

Apesar da queda no volume de vendas, a expectativa é que promoções pontuais e o valor simbólico da data sustentem um faturamento próximo ao de 2024, embora com margens de lucro mais apertadas para os lojistas. O desafio será manter a atratividade dos produtos diante da alta dos preços e da maior seletividade dos consumidores.

 

Com informações da Fecomércio

Da redação

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