Imagem: ASN
A Páscoa de 2025 apresenta um cenário desafiador para o comércio sergipano. Segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o período deverá registrar retração de -1,4% nas vendas em todo o país, já descontada a inflação.
Em Sergipe, a movimentação econômica prevista é de aproximadamente R$ 21 milhões, porém o consumo deve ser mais cauteloso, principalmente devido ao aumento no preço dos produtos tradicionais da data.
O destaque negativo vai para o chocolate, que deve apresentar alta média de 18,9%, o maior reajuste em 13 anos.
A valorização no mercado internacional do cacau, que acumulou quase 200% de aumento em um ano, somada à desvalorização do real frente ao dólar (de R$ 5 para R$ 5,80), são os principais fatores por trás do reajuste.
Outros itens com aumentos relevantes:
A inflação média da cesta de Páscoa, que inclui oito produtos típicos, deve atingir 7,4% em relação ao ano passado.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior apontam quedas nas importações:
Esse recuo reflete a dificuldade de acesso a produtos importados e pressiona ainda mais os preços praticados no mercado interno.
O presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac de Sergipe, Marcos Andrade, destaca que, apesar da estimativa de movimentação econômica de R$ 21 milhões, o setor deve enfrentar um freio no ritmo de crescimento observado desde 2021.
“Mesmo com o apelo emocional da Páscoa, os preços elevados e o câmbio desfavorável tornam o consumidor mais seletivo. O varejo precisará adotar estratégias criativas para não perder o fôlego comercial da data”, ressalta Marcos Andrade.
Segundo o economista Márcio Rocha, o ticket médio de compras será de aproximadamente R$ 185. Ele destaca que:
“O aumento expressivo do preço do cacau, que subiu 190% em 12 meses, pressionou toda a cadeia de produção do chocolate. Com isso, houve um efeito cascata nos custos, impactando o planejamento de compras do comércio e das famílias.”
Apesar da queda no volume de vendas, a expectativa é que promoções pontuais e o valor simbólico da data sustentem um faturamento próximo ao de 2024, embora com margens de lucro mais apertadas para os lojistas. O desafio será manter a atratividade dos produtos diante da alta dos preços e da maior seletividade dos consumidores.
Com informações da Fecomércio
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