Desde 1950, 10.000 crianças e adolescentes podem ter sido vítimas de violências sexuais cometidas por membros da Igreja Católica na França.
Essa é a estimativa do presidente da comissão independente que investiga a pedofilia dentro da maior instituição religiosa no país.
A comissão foi criada em 2018 pelo episcopado francês e institutos religiosos após diversos escândalos no país.
Em parceria com o Ministério da Justiça, uma linha telefônica foi colocada à disposição em 2019 para receber testemunhos de vítimas de todo o país.
A estimativa foi feita a partir dos relatos recolhidos.
O número de crianças e adolescentes sexualmente abusados, no entanto, ainda pode mudar.
O presidente da comissão, Jean-Marc Sauvé
“Nossa campanha pedindo testemunhos certamente não reuniu a totalidade [de vítimas]”, afirmou o presidente da comissão Jean-Marc Sauvé nesta terça-feira (2).
“A grande pergunta neste momento é qual o percentual de vítimas que atingimos. 25%? 10%? 5%?”, completou.
O presidente da comissão não informou quantos são os possíveis agressores envolvidos.
O relatório final com recomendações de práticas de combate à pedofilia na Igreja deve ser divulgado em setembro.
Em fevereiro, a Conferência de Bispos da França reuniu 120 representantes ao longo de três dias para discutir a responsabilidade nos casos de pedofilia do passado.
A discussão terminou sem nenhuma decisão prática.
Os 120 bispos devem se encontrar novamente no final deste mês para votar um dispositivo de reconhecimento do sofrimento vivido pelas vítimas.
Se aprovado, pode prever medidas financeiras, criação de monumentos e políticas de prevenção à pedofilia.
Com informações da AFP