11/01/2021 19:25

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A chanceler alemã, Angela Merkel, considera "problemático" o fechamento das contas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em várias redes sociais, incluindo o Twitter. 

"É possível interferir na liberdade de expressão, mas de acordo com os limites definidos pela legislação, e não baseando-se na decisão da direção de uma empresa", disse o porta-voz da chanceler, Steffen Seibert, em uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (11).

"Por isso, a chanceler considera problemático que as contas do presidente dos Estados Unidos nas redes sociais sejam fechadas definitivamente", acrescentou.

Merkel criticou a decisão do Twitter de suspender definitivamente a conta do presidente Donald Trump (Michel Kappler/Reuters)

Na última sexta-feira, o Twitter suspendeu de modo permanente a conta pessoal de Donald Trump, dois dias depois dos acontecimentos violentos de seus seguidores que invadiram o Capitólio, em Washington.

Facebook e outros aplicativos e redes sociais, como Snapchat e Twitch, também suspenderam a conta do republicano por um período não determinado.

"A liberdade de expressão é um direito fundamental", disse o porta-voz do governo alemão. 



Segundo ele, "se as plataformas têm uma grande responsabilidade" e "devem agir" diante de conteúdos violentos ou que incitem o ódio, cabe à Justiça estabelecer regras na comunicação nas redes sociais, acrescentou. 

O ministro francês da Economia, Bruno Le Maire: "a regulação dos gigantes da internet não pode ser feita pela oligarquia digital".

A suspensão definitiva da conta de Trump foi condenada de uma maneira geral pela classe política europeia.

O comissário europeu, Thierry Breton, se disse perplexo com a decisão, "sem controle legítimo e democrático" das redes sociais. 

O porta-voz do governo francês, Gabriel Attal, disse em entrevista à rádio Europe 1 "que reduzir ao silêncio" alguém nas redes sociais, que se tornaram uma espécie de "espaço público", é problemático diante da falta de legislação específica.


O ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, estimou que "a regulação dos gigantes da internet não pode ser feita pela oligarquia digital".

Ele afirmou ter ficado chocado com a decisão e disse, em uma entrevista à rádio France Inter, que "o povo soberano", "os Estados" e a "Justiça" são os únicos legítimos para estabelecer a regulação das empresas que dominam a internet.  

 

Com informações da AFP

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