08/04/2021 18:11

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"A Argentina entrou na segunda onda", definiu o presidente Alberto Fernández, contagiado, mesmo vacinado.

Ele anunciou que, pelas próximas três semanas, ficam proibidos os bares e os restaurantes abertos depois da 23 horas; a circulação de pessoas entre a meia-noite e as 6 horas da manhã; e as reuniões familiares.

O objetivo é conter o avanço da segunda onda que, há uma semana, bate novos recordes diários de contágio.

Nas últimas 24 horas, foram mais 22.039 novos casos, o triplo de uma semana atrás.

Presidente argentino, contagiado, mesmo vacinado, mantém isolamento também durante anúncios (© Foto Presidência Argentina)

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As duas medidas mais polêmicas são a proibição de reuniões familiares entre parentes que não convivam e um toque de recolher entre a meia-noite e as seis da manhã, num país que associa a proibição de circular aos sombrios tempos da ditadura.

Entre 1976 e 1983, o regime militar argentino provocou a maior quantidade de vítimas na região, estimadas em 30 mil mortos pelas organizações de direitos humanos.

O assunto é ainda um trauma na sociedade.

Em apenas um ano, a pandemia já deixou na Argentina quase o dobro de vítimas: 56.832.

O presidente evitou o termo "toque de recolher", ciente do trauma que a medida traz na sociedade.

O último presidente que anunciou um estado de sítio com toque de recolher, Fernando De La Rúa (1999-2001), sofreu violentas manifestações populares que o levaram à renúncia dos dias depois daquele 19 de dezembro de 2001.

Na foto, De La Rua no dia da renúncia (Creative Commons)

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Além do toque de recolher, Alberto Fernández limitou o funcionamento de bares e restaurantes até as 23 horas, num país com tradição noturna.

Também proibiu as atividades sociais em domicílios particulares e limitou as reuniões em espaços públicos ao ar livre a, no máximo, 20 pessoas.

O transporte público volta a ser de uso exclusivo de pessoas com atividades consideradas essenciais.

A medida inclui as principais cidades do país, inclusive a região metropolitana de Buenos Aires, abrangendo 26 milhões de pessoas, 60% da população argentina.

 


A Argentina iniciou a sua campanha de vacinação em 29 de dezembro, mas até agora só vacinou 8,5% da população, sendo a imensa maioria com apenas uma dose.

A campanha de vacinação é considerada lenta. O próprio presidente reconheceu que nem todo o pessoal da Saúde foi vacinado:

"Já vacinamos, com pelo menos uma dose, mais de 90% do pessoal da saúde".

Dos 45 milhões de habitantes do país, apenas 3,870 milhões (8,5%) foram vacinadas com a primeira dose e 701 mil (1,6%) com a segunda, .

Alberto Fernández agradeceu por já ter sido vacinado com as duas doses; o que o permitiu salvar-se do pior.

Com informações da  MCD

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