O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, apresentou os detalhes da Comissão e o Observatório de Transparência das Eleições de 2022 (CTE).
O colegiado será composto de “especialistas, representantes da sociedade civil e instituições públicas na fiscalização e auditoria do processo eleitoral.”
“Como o TSE tem procurado demonstrar, o sistema é absolutamente seguro, está em aplicação desde 1996 e jamais se documentou qualquer tipo de fraude”, disse Barroso, durante evento para auditoria da votação eletrônica dos pleitos suplementares em duas cidades do Estado do Rio de Janeiro.
A cerimônia ocorreu no domingo 12 (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)
----------
Segundo Barroso, as instituições precisam dar uma resposta ao povo.
“Não temos preocupação nesta matéria, porém é fato que se criou artificialmente numa pequena minoria da população algum grau de desconfiança”, disse.
“A urna eletrônica está sempre sendo aprimorada em vista das novas tecnologias”, acrescentou Barroso.
Amílcar Brunazo, engenheiro especialista em segurança de dados e voto eletrônico, afirmou que a confiabilidade das urnas eleitorais é duvidosa.
De acordo com ele, o equipamento pode ser objeto de fraude, conforme explicou em audiência pública em comissão da Câmara dos Deputados:
“O software é desenvolvido no TSE seis meses antes das eleições, compilado com 15 dias de antecedência, transmitido por internet pelos tribunais regionais e por cartórios e gravado num flashcard.”
Brunazo salientou também que os brasileiros acabam tendo de confiar no servidor que vai pôr o dispositivo na máquina.
“A equipe do professor Diego Aranha, dentro do TSE, mostrou ser possível pegar esse cartão, inserir nele um código espúrio, que não foi feito pelo TSE, e colocar na urna eletrônica."
Ele também lamenta:
"Muitas vezes é um profissional terceirizado. Realmente, o processo eleitoral brasileiro depende da confiança de todos os funcionários envolvidos. Isso é um equívoco.”.
Carlos Rocha, engenheiro formado no Instituto Tecnológico de Aeronáutica e CEO da Samurai Digital Transformation, defende a descentralização de poderes do TSE.
Segundo ele, a democracia brasileira não pode continuar a depender de um pequeno grupo de técnicos do TSE, que têm o controle absoluto sobre o sistema eletrônico de votação, de todos os códigos e chaves de criptografia.
Com informações da revista Oeste