A cidade francesa de Grenoble aprovou nesta segunda-feira (16) um projeto de lei que vai permitir que mulheres nadem nas piscinas municipais com o burquíni: uma versão da burca para a água.
Curiosamente, o documento também prevê a autorização do nado com os seios de fora.
Protesto pelo uso do burquíni na prefeitura de Grenoble, no ano passado / Foto: Instagram/Alliance Citoyenne
Para o prefeito, Éric Piolle, trata-se de um "progresso social".
"Isso permite que as mulheres nadem de topless ou com um maiô maior que cubra o corpo.
Por fim, é uma luta coerente, que visa não impor limites ao vestuário das mulheres”, defende Piolle.
Conhecido por unir comunitarismo de esquerda e ideologia ecologista, Piolle foi reeleito em 2020 apostando nas propostas que agradavam à Aliança Cidadã (Alliance Citoyenne).
A associação milita pelo uso do burquíni nas piscinas públicas desde 2019.
Sob o pretexto de promover a liberdade para as mulheres, o documento na verdade pode, segundo opositores, contribuir muito mais com o islamismo do que com o laicismo ou qualquer outra ideologia.
Políticos e outras personalidades francesas relacionam a aprovação do acessório ao "islamogauchisme", o islã-esquerdismo.
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Oposição de todos os lados
Na oposição da direita, o conselheiro municipal, Alain Carignon, pede por um referendo que avalie a opinião dos moradores de Grenoble sobre o assunto.
"Nenhum prefeito tem o direito de mudar os costumes e valores de uma cidade", aponta.
Em parte da esquerda francesa, a proposta também recebe críticas.
De acordo com a presidente do grupo socialista do conselho municipal de Grenoble, Cécile Cénatiempo, "existe o risco de que algumas mulheres se sintam obrigadas a vestir o burquíni no futuro, por pressão social. E isso é inadmissível", desabafa.
A colunista de política Céline Pina escreveu em artigo publicado no jornal Le Figaro que "o burquíni não é um simples acessório de moda, mas uma referência a uma adesão ideológica e a uma cultura religiosa muito forte".
Além disso, ela reforça que ceder a uma ideologia que "impõe que a mulher esconda seu corpo sob pretexto de estar impura é uma ameaça aos direitos humanos".