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25/06/2025 15:35

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Juliana Marins e o Monte Rinjani

Juliana Marins/Foto: Arquivo pessoal / Monte Rinjani/Foto: Getty Images


A morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, reacendeu o alerta para os perigos que envolvem a escalada de um dos vulcões mais altos e ativos do país. Desde o acidente, aumentaram significativamente as buscas na internet por “quantas pessoas já morreram no vulcão Rinjani?”, segundo levantamento de tendências.

Acidente com brasileira

Juliana era natural de Niterói (RJ) e estava em uma viagem solo pela Ásia. Na última sexta-feira (20), durante uma trilha até o cume do Rinjani, ela escorregou e caiu em um desfiladeiro de difícil acesso, com encostas íngremes e terreno instável.

Após quatro dias de buscas, enfrentando neblina, chuvas e ventos fortes, as equipes de resgate encontraram seu corpo cerca de 500 metros abaixo da trilha principal.

Segundo relatos locais, Juliana teria pedido para descansar antes do acidente, mas o guia seguiu adiante. A família criticou tanto a conduta da agência quanto a lentidão no resgate.

Estatísticas de acidentes no Monte Rinjani

Localizado na ilha de Lombok, o Monte Rinjani tem 3.726 metros de altitude e atrai turistas do mundo inteiro. No entanto, os riscos são significativos:

  • 8 mortes e 180 acidentes registrados entre 2020 e 2025
  • 6 mortes em trilhas ou escaladas nos últimos cinco anos, incluindo Juliana

Casos notáveis:

  • 2012: 7 estudantes indonésios morreram em uma tentativa de escalada
  • 2018: terremoto de magnitude 6,4 causou 17 mortes e mais de 330 feridos
  • 2022: alpinista português caiu de um penhasco ao tentar tirar uma selfie
  • 2024: uma turista suíça e um homem malaio morreram em trilhas não autorizadas

Trilha desafiadora e clima instável

A subida ao cume do Rinjani leva de dois a quatro dias, com trechos de:

  • Fortes inclinações
  • Falésias
  • Terrenos arenosos e rochosos

O clima imprevisível é outro agravante: neblina, chuvas intensas e ventos fortes são frequentes, dificultando a navegação e os resgates aéreos ou terrestres.

Durante o período de chuvas (de janeiro a março), o parque normalmente é fechado. Em 2025, ele só foi reaberto após uma inspeção oficial.

Falta de estrutura e protocolos de segurança

Apesar da popularidade do destino, especialistas alertam para falhas na infraestrutura de segurança:

  • Ausência de protocolos de resgate bem definidos
  • Falta de estrutura de emergência em trilhas de alta complexidade

Em março de 2025, o governo da Indonésia recomendou a criação de um Procedimento Operacional Padrão (POP) para resgates e primeiros socorros no Monte Rinjani — uma medida ainda não implementada, o que prejudica a resposta rápida em situações críticas.

Da redação

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