O colunista Hélio Schwartsman, da Folha de S.Paulo, defendeu um golpe de Estado em que militares de alta patente pressionassem Jair Bolsonaro a renunciar, para que assumisse o vice-presidente, Hamilton Mourão.
O texto foi publicado na versão impressa do jornal na sexta-feira (2).
Schwartsman diz ser contra um golpe com militares e tanques nas ruas. Mas acha que uma hipótese mais reservada seria aceitável.
Ele escreve:
“Admitamos, porém, para os propósitos desta coluna, que seja mesmo um golpe, já que idealmente militares não se metem com política. Você o aplaudiria ou vaiaria? […] Não sei quanto a você, mas eu, em nenhuma hipótese, derramaria uma lágrima por Bolsonaro“.
Hélio Schwartsman, colunista da Folha de S.Paulo (Reprodução/Facebook)
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Hélio também já defendeu a morte do Bolsonaro.
Em artigo publicado em 7 de julho do ano passda com o título “Por que torço para que Bolsonaro morra“, Schwartsman diz que a morte do presidente significaria que o Brasil não teria mais um mandatário minimizando a pandemia.
“Torço para que o quadro se agrave e ele morra. Nada pessoal. […] Embora ensinamentos religiosos e éticas deontológicas preconizem que não devemos desejar mal ao próximo, aqueles que abraçam éticas consequencialistas não estão tão amarrados pela moral tradicional”, escreveu o jornalista.
Mario Sergio Conti, colunista da Folha de S.Paulo (Reprodução)
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Schwartsman é o segundo articulista da Folha a defender um golpe de Estado para retirar Jair Bolsonaro do Planalto.
No último dia 27 de março, o jornalista Mario Sergio Conti também escreveu uma coluna para o jornal paulista defendendo um golpe militar contra o presidente da República.
O general Castelo Branco, primeiro presidente militar, cumprimenta Octavio Frias de Oliveira, proprietário da Folha de S.Paulo (Reprodução)
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A Folha e muitos jornais brasileiros defenderam o golpe de Estado de 31 de março de 1964.
No caso da Folha, durante muitos anos a direção do jornal proibia seus jornalistas de se referirem à queda do presidente João Goulart como “golpe“.
Capa da Folha da Tarde, do mesmo grupo da Folha de São Paulo, com a foto da parada militar de 7 de setembro de l197 (Fonte: livro Cães de Guarda)
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Tampouco era permitido escrever “ditadura militar” para o período de 1964 a 1985. O jornal só usava “regime militar“. Isso hoje já foi alterado e é permitido escrever golpe e ditadura militar.
Até 2008, em seu “Manual da Redação”, a Folha recomendava: “movimento militar – O de 1964, no Brasil, deve ser designado por essa expressão, e não por ditadura militar ou Revolução de 64“.
A partir da versão de 2010 do “Manual”, o verbete foi alterado e passou a ter esta redação: “movimento militar – O de 1964, no Brasil, pode ser designado por essa expressão ou por ditadura militar, mas não por Revolução de 64“.
Com informações do Poder360