29/05/2021 16:59

Compartilhe:

Milhares de manifestantes antiaborto marcharam pelas ruas na Croácia neste sábado (29), enquanto defensores do direito ao aborto se preocupam com um possível endurecimento da legislação croata em relação aos direitos reprodutivos das mulheres no país.

Manifestantes conservadores na capital Zagreb, a maioria dos quais sem máscaras, agitavam bandeiras croatas e cantavam canções patrióticas, desfilando atrás de faixas como "Unborn Lives Matter, Too"" (vidas que ainda não nasceram também importam) numa referência de gosto duvidoso ao slogan "Black Lives Matter" (vidas negras importam), que ganhou relevância nos Estados Unidos após o assassinato de George Floyd por um policial branco.

Grupos de esquerda e feministas expressaram sua oposição ao protesto nas calçadas, vestindo aventais manchados de sangue e carregando cabides em alusão a abortos ilegais.

É nosso dever defender a proteção de toda a vida humana, incluindo a de crianças em gestação”, disse Luka Hudincec, um dos organizadores do protesto.

Manifestantes anti-aborto marcham pela capital da Croácia, Zagreb (Denis Lovrovic/AFP)

----------

Esta foi a sexta edição do evento, que ocorre todos os anos, realizada na véspera das eleições locais em Zagreb, onde o candidato que representa a esquerda e os ambientalistas é o favorito contra um conservador.

Esperamos que os políticos que nos representam a nível local e nacional respeitem o direito humano mais fundamental: o direito de viver”, disse um dos organizadores, que se apresentou como Stjepan.

O aborto é legal até a décima semana de gravidez na Croácia, sob uma lei que data de 1978, quando o país fazia parte da Iugoslávia comunista.

A lei permite que os médicos recusem a prática do aborto e, segundo estatísticas oficiais, 60% deles exercem esse direito.

A questão do direito ao aborto divide a sociedade da Croácia, onde 90% dos 4,2 milhões de habitantes são católicos.

 

Com informações da AFP

Nos acompanhe por e-mail!