A condenação de Lula no caso do tríplex de Guarujá foi justa, e o ministro Edson Fachin (STF) agiu mal ao anular esta e outra sentença contra o petista, tornando o ex-presidente elegível por ora.
Esta é a opinião da maioria dos brasileiros ouvidos pelo Datafolha nos dias 15 e 16 de março.
Foram entrevistadas 2.023 pessoas, e a margem de erro é de dois pontos, para mais ou menos.
Para 57%, a condenação dada pelo então juiz Sergio Moro a Lula, na Operação Lava Jato, foi justa.
Moro o sentenciou a 9 anos e 6 meses de cadeia, pena revisada na segunda instância para 12 anos e 1 mês, e reduzida a 8 anos e 10 meses ao ser confirmada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Acham que a decisão foi injusta 38%, e 5% não souberam opinar.
Em abril de 2018, o Datafolha havia feito a mesma questão, com resultados semelhantes: 54% viram justiça, 40%, injustiça, e 6% disseram não saber.
Fachin agiu mal para 51% dos ouvidos pelo Datafolha, enquanto 42% acreditam que fez o certo. Não souberam responder 6%.
Em relação ao efeito principal da decisão do ministro, a eligibilidade neste momento de Lula, há divisão entre os brasileiros, dentro do limite da margem de erro da pesquisas.
Não querem que ele concorra 51%, enquanto 47% querem.
O caso é de amplo conhecimento público: 87% dos ouvidos disseram saber sobre ele.
Desses, 37% dizem estar bem informados e 44%, mais ou menos. Não tomaram conhecimento 13%.
Entre pessoas mais ricas a proporção de quem diz conhecer o caso vai a 99%.
Ao analisar os estratos do questionário sobre Lula, antigas divisões socioeconômicas e regionais acerca da imagem do ex-presidente vêm à tona com clareza.
Defendem mais que o ex-presidente dispute o pleito de 2022 nordestinos (63%), os mais pobres (quem ganha até 2 salários minímos, 57%) e menos instruídos (com até o fundamental, 60%).
Também são mais incisivos ao dizer que Fachin agiu bem os mais pobres (50%), com menos instrução (52%), desempregados (54%) e nordestinos (60%).
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