Em uma semana com votações e decisões relevantes no Congresso, ontem foi o dia em que o governo mais liberou emendas parlamentares até aqui.
Arthur Lira e Lula Cristiano Mariz/Agência O Globo
O montante foi de R$ 2,1 bilhões, superando o R$ 1,7 bi do final de maio, próximo à votação da MP que garantiu a estrutura de ministérios do Lula.
Lembra delas? As emendas são verbas voltadas a obras e ações nos locais de base política dos deputados e senadores.
Em troca, eles passam a apoiar pautas do governo no Congresso.
Do total, R$ 1,4 bilhão foi para bancadas estaduais do Parlamento, enquanto R$ 700 milhões foram em emendas individuais, com foco em partidos que não são da base — mais estratégicos pensando em ganhos de votos.
Tanto que os dois que mais receberam dessa fatia foram o PP, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira, e o PL, partido de Bolsonaro.
Expondo a dificuldade do governo aprovar suas medidas no Congresso, depois de ontem, esses dois partidos passaram o próprio PT na soma dos valores das emendas desde o começo do ano.
E o timing foi mais estratégico ainda: O Parlamento já está começando a debater três prioridades para o Planalto — PL do Carf, arcabouço fiscal e reforma tributária.