A mensagem tranquilizadora das autoridades americanas de que a inflação que acompanhou as primeiras fases da recuperação pós-pandemia seria de caráter transitório já não pode ser sustentada à luz dos dados de outubro.
O Índice de Preços de Consumo (IPC) subiu nesse mês a 6,2%, atingindo seu pior nível desde 1990.
Isso ocorreu devido ao aumento dos preços da gasolina e dos alimentos, bem como ao aumento dos aluguéis.
Se a tendência iniciada no final de junho se mantiver, a inflação seguirá alta no próximo ano, complicando um panorama marcado pela crise global de produção e distribuição.
Foto: Mike Blake/Reuters
O IPC aumentou quase um ponto (0,9%) em outubro, o dobro do verificado em setembro (0,4%).
Em termos de inflação nos últimos 12 meses, a porcentagem registrada em outubro foi de 6,2%, a maior desde novembro de 1990, quase um ponto percentual acima da observada em setembro (5,4%).
Em resumo: o pior dado em três décadas, segundo as estatísticas do Departamento de Trabalho publicadas nesta quarta-feira (10).
Especialmente digna de nota é a incidência da inflação nos alimentos.
Os preços dos alimentos tiveram uma alta anual de 5,3% no décimo mês do ano, sete décimos a mais do que no mês anterior.
De acordo com o comunicado deivulgado pela Casa Branca, o presidente Biden reagiu imediatamente à divulgação dos dados:
“A inflação causa danos ao bolso dos norte-americanos e reverter essa tendência é uma das principais prioridades para mim” (Foto: AFP/Arquivos)
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Más notícias para o presidente Joe Biden, que, assim como o Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos), vinha insistindo que o aumento da inflação era consequência direta da fase de expansão do consumo.
Isso graças aos planos de estímulo do Governo e ao avanço da vacinação, e que teoricamente estava chamada a se moderar até se estabilizar em torno de 2%, a previsão do Fed.
Esse horizonte parece mais distante hoje e a maioria dos analistas acredita que não poderá ser alcançado até pelo menos meados do próximo ano.
Com informações do El País