Duas candidatas admitidas por cotas na carreira diplomática do Itamaraty em 2017, e depois afastadas pela Justiça por supostamente não serem negras
Foram 4 anos de processos até chegar ao Superior Tribunal de Justiça.
No início deste mês, Rebeca Mello e Verônica Tavares fizeram um acordo com o Itamaraty e a AGU para terem nova chance na diplomacia. Para tanto, se comprometeram a abandonar os processos e passar novamente por uma banca examinadora.
Nessa terça-feira (21), elas foram readmitidas na carreira.
Rebeca e Verônica / Imagens: Arquivo Pessoal
Rebeca e Verônica foram aprovadas no Itamaraty em 2017 como cotistas negras.
Mas, em 2018, a procuradora da República Anna Carolina Resende Maia Garcia entrou com ação questionando a admissão das duas por cotas.
Rebeca é economista e descendente de quilombola, do Quilombo Engenho 2, em Cavalcante (GO), na Chapada dos Veadeiros; Verônica Tavares é militante do movimento negro.
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Rebeca afirmou que ainda está processando a informação, e disse que se sente aliviada com a decisão e o fim do processo.
“O Itamaraty foi fundamental para que esse processo se encerrasse. Por 4 anos a Justiça não conseguiu resolver um processo sem bases jurídicas consistentes“, afirmou.
Segundo ela, a procuradora disse, no processo, que sua cor era “parda clara“, o que não a tornaria apta para receber cotas.
“Ela quis criar categorias de pardos, algo que não existe na legislação“, afirmou.
Rebeca havia passado, há 3 meses, em um concurso da Polícia Federal.
Já havia assumido o cargo em São Paulo quando o acordo foi celebrado. Agora, ela pretende deixar o trabalho na PF e reiniciar a carreira como diplomata.