28/05/2021 16:31

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Membros da Organização Mundial da Saúde manifestaram nesta sexta-feira (28) sua "preocupação" com as informações que sugerem que os líderes da agência da ONU omitiram a denúncia de casos de abuso sexual cometidos por membros da organização.

"Manifestamos a nossa preocupação após informações da mídia que sugerem que a direção da OMS estava ciente dos casos de exploração sexual, abuso e assédio sexual, e omitiu denunciá-los como é exigido pelo protocolo da ONU e da OMS", diz o texto apresentado pelo Canadá durante a Assembleia Mundial da Saúde e assinado pelo Brasil, União Europeia e Estados Unidos, entre outros.

Nesta sexta-feira, o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou que deve apresentar um relatório no fim de agosto para esclarecer as acusações.

"Falo em nome de todos os meus colegas e da organização quando afirmo que levamos muito a sério estas acusações" (Reuters)

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Os signatários também chamam a atenção para as alegações de que funcionários da organização tenham tentado abafar o escândalo que veio à tona em meados de maio.

"Desde janeiro de 2018, mostramos nossa profunda preocupação com as acusações de exploração sexual, abuso e assédio, assim como de abuso de autoridade, nas atividades da OMS", insiste a declaração conjunta.

As acusações de abusos sexuais que foram supostamente cometidos por trabalhadores humanitários, sobretudo da OMS, na República Democrática do Congo (RDC).

De acordo com uma investigação da agência especializada The New Humanitarian (TNH) e da Thomson Reuters Foundation publicada em 12 de maio, "22 mulheres da cidade congolesa de Butembo afirmaram que homens, trabalhadores humanitários que estavam na localidade por um foco de ebola (...), ofereceram trabalho em troca de relações sexuais".

No ano passado, uma investigação similar na cidade de Beni revelou 51 casos parecidos.

A investigação, que indica que os atos aconteceram em 2019, aponta que 14 mulheres "declararam que os homens se identificaram como trabalhadores da OMS".

Segundo a organização, os países membros e a direção da OMS, incluindo seu diretor-geral, "conversaram sobre o tema de forma transparente e vigorosa" na semana passada.

Uma fórmula usada frequentemente no vocabulário diplomático para falar de forma implícita de debates acirrados.

Com informações da AFP

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