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Edição: Hugo Julião
15:31
01/03/2021

Nicolas Sarkozy, ex-presidente francês, é condenado por corrupção

Ele foi condenado nesta segunda-feira (1°) a três anos de prisão, um deles em regime fechado, por corrupção e tráfico de influência.

É o primeiro ex-chefe de Estado francês a receber uma pena de prisão em regime fechado, mas seus advogados ainda podem recorrer da sentença.



A decisão foi anunciada pela juíza Christine Mée, do Tribunal de Paris, que declarou Sarkozy, de 66 anos, culpado de corrupção e tráfico de influência no chamado "escândalo dos grampos telefônicos".

O caso veio à tona em 2014, dois anos depois que o ex-presidente deixou o cargo.

Nicolas Sarkozy foi condenado a um ano de prisão em regime fechado, mas vai recorrer da pena (tvi24)

De acordo com a juíza, Sarkozy "que era o guardião da independência da justiça, utilizou seu status de antigo presidente para presentear um magistrado que serviu seus interesses pessoais".

Segundo ela, isso pode ser considerado um "pacto de corrupção". Sarkozy sempre jurou inocência e diz jamais ter cometido "qualquer irregularidade".


Nesta segunda-feira, o ex-chefe de Estado escutou de pé e impassível sua pena no tribunal.

Ao deixar o local, ele e seus advogados não quiseram conversar com a imprensa.

Em 8 de dezembro de 2020, o Ministério Público das Finanças havia pedido ao ex-presidente uma pena de quatro anos de prisão, dois em regime fechado.

Para a instituição, a imagem da função presidencial foi "manchada" por Sarkozy.

Em 2007, o então presidente Nicolás Sarkozy encontra o colega Muammar Kadafi na capital líbia, Trípoli (Sabri Elmhedwi)

O "escândalo dos grampos telefônicos" tem origem em outro caso que ameaça Sarkozy.

Há suspeitas de que ele tenha recebido financiamento do regime líbio de Muammar Kadafi durante a campanha presidencial de 2007 , que o elegou.


Para investigar essa hipótese, a justiça decidiu grampear o telefone de Sarkozy.

Descobriu-se, então, que ele tinha uma linha secreta, utilizada para conversar com seu advogado, Thierry Herzog, sob o pseudônimo de "Paul Bismuth".

Segundo os investigadores, algumas conversas revelaram a existência de um pacto de corrupção.

Com informações da RFI/tvi24

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