O desaparecimento da tenista chinesa Peng Shuai, de 35 anos, após denunciar o ex-vice-primeiro-ministro Zhang Gaoli de abuso sexual segue ganhando contornos preocupantes e começa a furar a bolha do esporte.
Nesta sexta-feira (19/11), a ONU pediu à China provas sobre o paradeiro e o estado de saúde da atleta ex-número 1 do mundo.
“Seria importante ter uma prova de onde ela está e saber se ela está bem. Solicitamos veementemente que uma investigação seja realizada com total transparência em suas alegações de agressão sexual”, disse Liz Throssell, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, durante uma coletiva de imprensa em Genebra.
O ministério das Relações Exteriores da China segue em silêncio sobre o caso de Peng Shuai.
A repórteres, o porta-voz Zhao Lijian disse nesta sexta-feira que o assunto “não era uma questão diplomática” e que “não está ciente da situação”.
Peng Shuai, de 35 anos, acusou na terça-feira (2) o vice-premiê aposentado Zhang Gaoli de pressioná-la a fazer sexo (Empics Sport/AP)
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Considerada a principal estrela do tênis na China, Peng Shuai está desaparecida desde o dia 11 de novembro, poucos dias após acusar Zhang Gaoli, de 75 anos, de forçá-la a fazer sexo.
A denúncia foi relatada no perfil da atleta na Weibo – rede social chinesa equivalente ao Facebook, que é fortemente fiscalizada pelo Partido Comunista Chinês – , mas a publicação foi deletada pouco tempo após ela expor o caso.
Foto: Getty Images
A agressão teria ocorrido em 2018, segundo Peng. Ela teria sido coagida pelo político, casado, a fazer sexo. A tenista conta que resistiu e chorou antes de acabar cedendo.
Nos três anos seguintes, ambos viveram um caso extraconjugal descrito como “desagradável” pela jogadora de 35 anos.
Na publicação, a tenista disse que não poderia apresentar evidências que sustentassem sua afirmação pois a relação de ambos era muito restrita.