As chances de o ex-presidente Trump sofrer impeachment diminuíram devido à fidelidade dos eleitores conservadores.
Para que o ex-presidente seja condenado, seria necessário que 17 republicanos se aliassem aos democratas.
No entanto, poucos senadores conservadores devem ousar enfrentar a alta popularidade do ex-presidente junto a seu fiel eleitorado.
Essa tendência ficou ainda mais evidente durante a rejeição da acusação contra Trump nessa terça-feira (26) pela maioria dos senadores republicanos.
Apenas cinco representantes dos conservadores no Senado não apoiaram a pressão para que o caso seja rejeitado antes do início do julgamento.
O senador republicano Rand Paul é uma das principais vozes contra o julgamento do ex-presidente americano Donald Trump (Pool/Reuters)
Em pé, com a mão direita levantada, os senadores juraram servir à Justiça de maneira imparcial durante o processo de destituição.
Mas logo depois de prestar juramento, o republicano Rand Paul já contestou a moção.
Paul também questionou a constitucionalidade de um julgamento de impeachment em um momento em que Trump já deixou o cargo e afirmou que o processo "chegará morto ao Senado".
"Desde a quarta-feira passada, Donald Trump não ocupa nenhuma posição no governo. Ele é um cidadão comum. Anuncio, assim, minha objeção. Esse processo viola a Constituição e não está conforme", ressaltou.
O chefe da nova maioria democrata, Chuck Schumer, rebateu:
"A teoria segundo a qual a destituição de um ex-governante é inconstitucional é completamente falsa, qualquer que seja a análise: do ponto de vista do contexto constitucional, da prática histórica e do senso comum mais básico".
Embora Donald J. Trump tenha deixado a Casa Branca, ele continua popular entre os eleitores republicanos, e muitos legisladores temem enfrentá-lo (NYT)
Em seu tradicional "refúgio" na Flórida, Trump se dedica ao golfe, seu esporte preferido, e estuda sua defesa no julgamento que deve ter início em 8 de fevereiro.
O anúncio na segunda-feira (25) da inauguração do "gabinete do ex-presidente" em Palm Beach é uma clara demonstração de que pretende continuar na ativa.
O magnata conta com uma forte popularidade entre seus eleitores. Nas eleições de 3 de novembro, ele obteve 74 milhões de votos.
Trump também afirma contar com US$ 70 milhões de fundos de campanha, e quer que os senadores republicanos pensem em seu próprio futuro antes de se atreverem a frustrar o seu.
Os conservadores também querem recuperar a maioria do Senado e da Câmara dos Representantes nas eleições de meio de mandato de 2022 e a Casa Branca nas eleições de 2024.
Com inormações da RFI