26/09/2023 10:45

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A tranquilidade das águas do rio Vaza-Barris no encontro com o oceano é um atrativo para os frequentadores da ilha da praia do Viral, situada no litoral sul de Sergipe, na fronteira entre Aracaju e Itaporanga D'Ajuda.

Contudo, o local, com sua faixa de areia de aproximadamente 100 metros, encontra-se ameaçado.

Estudo indica que erosão na faixa de areia da praia do Viral chega a dez metros por ano / Foto: Defesa Civil de Aracaju

Primeiros alertas sobre a erosão na região


Os primeiros sinais de alerta emergem do Panorama de Estabilidade Geológica do Litoral Sergipano.

  • Este estudo de longo prazo é uma iniciativa do Laboratório de Progeologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), realizado em conjunto com diversas entidades como a Defesa Civil Estadual, Defesa Civil de Aracaju, Secretaria do Meio Ambiente de Aracaju, Empresa de Obras e Urbanização de Aracaju, ICMBio e Projeto Tamar.

Imagens de satélite mostram avanço do mar na ilha do Viral nos últimos cinco anos. Foto: Laboratório de Progeologia

Entendendo as ameaças à praia do viral


Em entrevista ao Portal UFS, o geocientista Júlio César Vieira, pesquisador do Laboratório de Progeologia da UFS, discorre sobre os perigos que rondam a praia do Viral.

  • O avanço do mar na região é apontado como uma ameaça real ao rompimento da barra arenosa que sustenta a ilha.

Júlio César Vieira é geocientista e pesquisador do Laboratório de Progeologia da UFS. Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS

Confira as principais informações e pontos discutidos na entrevista:


Dinâmica estuarina:

  • Estuários são zonas de transição entre rios e mares, propensas a rápidas alterações devido a influências tanto oceânicas quanto continentais.
  • Fatores como chuvas, construção de barragens e preservação de matas ciliares afetam a dinâmica estuarina.

 

Erosão e ruptura de barra arenosa:

  • Observações de campo e imagens de satélite indicam que a área do Viral está em perigo de desaparecimento, com rupturas na barra arenosa já ocorrendo.
  • Há risco de mais rupturas, que podem dividir o Viral em pequenas ilhotas, tornando-as mais vulneráveis à erosão.

 

Impactos humanos:

  • O acesso descontrolado de veículos impede o crescimento da vegetação, que é crucial para consolidar sedimentos e proteger a área contra erosão.

 

Metodologia de estudo:

  • A pesquisa utilizou imagens de satélite e estudos de campo semestrais para monitorar a erosão, coletar sedimentos e analisar as tendências erosivas ou expansivas da área.

 

Impactos na fauna e flora:

  • A erosão já está afetando a fauna e a flora local, com potencial de danos aos manguezais adjacentes e perda de habitat para desova de tartarugas marinhas.

 

Perspectivas futuras:

  • A erosão observada no Viral e nas áreas adjacentes é grave, e a recuperação natural parece improvável.
  • A tendência de médio prazo é o desaparecimento do Viral, especialmente com a continuação das rupturas na barra arenosa.

 

Extensão do problema:

  • O avanço do mar não é um problema isolado do Viral, mas se estende por outras áreas do litoral, com erosão significativa observada ao norte de Itaporanga.


A entrevista destaca a complexidade e a gravidade da erosão costeira na região do Viral, ressaltando a necessidade de ações para mitigar os impactos e preservar o ambiente estuarino e costeiro.


Com informações da Universidade Federal de Sergipe

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