Se o MDB declinar da decisão de ter uma candidatura própria, a ala que defende o apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) seria amplamente majoritária na convenção nacional do partido.
Esta foi uma constatação feita pela direção emedebista após um levantamento recente com base nos delegados eleitos pelos diretórios estaduais, nas bancadas e nos prefeitos do partido.
O resultado mostra que, embora o ex-presidente Lula (PT) mantenha forte interlocução com caciques do MDB no Nordeste, o bolsonarismo é mais forte na correlação de forças interna.
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A pesquisa se tornou uma arma na estratégia da cúpula emedebista para tentar consolidar a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MS).
A direção do partido, presidido pelo deputado Baleia Rossi (SP), enfrenta resistências internas para manter a candidatura própria.
O argumento é que somente com um nome na disputa presidencial a sigla conseguirá manter a coesão e formar uma bancada forte no Congresso a partir de 2023.
Um levantamento feito pela executiva aponta que, sem candidatura própria, o grupo pró-Lula conseguiria apenas 30% dos votos, enquanto Bolsonaro seria apoiado por 70% dos convencionais.
A Região Nordeste, onde está concentrado o apoio a Lula, conta com 107 votos, ou 25% do total da convenção. O Sudeste também tem 107 votos; o Sul, 94; o Norte, 75; e o Centro-Oeste, 44 votos.
“A minha avaliação é a de que, sem a Simone, daria Bolsonaro na convenção. Das cinco regiões, só uma é mais favorável a Lula.
A maioria do MDB tem restrições ao atual presidente, mas é antipetista”, disse ao Estadão o deputado Alceu Moreira (RS), da executiva nacional do partido e que preside a Fundação Ulysses Guimarães.
A articulação em torno de Tebet reúne o apoio formal de 19 dos 27 diretórios da sigla.
Segundo aliados de Baleia Rossi, a senadora teria 318 votos, ou 75% da convenção se ela ocorresse hoje.
Já a ala pró-Lula no MDB – dissidências no partido já são dadas como certas – é comandada pelo senador Renan Calheiros (AL) e pelo ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (CE).
Como efeito comparativo, Alagoas tem apenas 14 votos na convenção, ante 45 do Rio Grande do Sul e 30 de São Paulo.
Com informações do Estadão