A prefeitura de Paris informou que vai propor um confinamento de três semanas na capital, na expectativa de poder reabrir, na sequência, bares, restaurantes e museus.
O pedido da prefeitura vai ser analisado pelo governo.
No momento em que algumas regiões da França se preparam para iniciar um lockdown em vigor apenas nos fins de semana, a prefeitura de Paris quer ir além e confinar totalmente a capital.
Apesar da pandemia, as ruas de Paris estão cada vez mais lotadas, o que fez a prefeitura cogitar um confinamento generalizado na capital (Michel Euler/AP)
Para Emmanuel Grégoire, braço-direito da prefeita, o toque de recolher entre 18h e 6h e o confinamento de algumas cidades apenas nos fins de semana “têm um impacto negativo do ponto de vista social e é pouco eficaz do ponto de vista sanitário”.
“Não podemos viver em um regime semiaberto, de ‘semiprisão’, durante meses. Temos que tomar decisões corajosas”, disse ele, lembrando que a prefeitura também recomenda um retorno ao trabalho remoto “de maneira obrigatória”.
Logo após o anúncio de Grégoire, o porta-voz do governo, Gabriel Attal, disse que o país vive um momento difícil e não é a hora de “brincar com os nervos dos franceses”.
Segundo o representante da presidência, “há poucos estudos científicos que consideram que um confinamento de três semanas pode acabar com o vírus e permitir que o comércio reabra normalmente".
O presidente francês, Emmanuel Macron, e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo (direita) já estiveram juntos. Mas isso foi em 2017, quando promoveram a candidatura de Paris para os JO de 2024, fazendo o sinal da Torre Eiffel (Jean-Paul Pelissier/Reuteres)
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O primeiro-ministro francês, Jean Castex, também reagiu:
“Vocês ouviram a prefeita de Paris dizer que é preciso confinar por três semanas e depois acabou. Mas vocês sabem muito bem que, com as variantes, não é possível”, declarou o premiê. “Não se pode falar absurdos”, insistiu.
O episódio foi denunciado pelos rivais de Anne Hidalgo, alegando que a proposta foi usada apenas para chamar a atenção para a ela.
Anne Hidalgo já se posiciona como candidata à presidência francesa na eleição de 2022.
Essa não é a primeira vez que a prefeita vai na contramão das indicações dadas pelas equipes de Emmanuel Macron.
Essa rivalidade política tem tudo para continuar permeando o enfrentamento da pandemia na França nos próximos meses.
Com informações do RFI
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