O deputado estadual Kelps Lima (Solidariedade-RN), presidente da CPI da Covid no Rio Grande do Norte, disse nessa sexta-feira, 15, durante entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da rádio Jovem Pan, que houve desvio de dinheiro nas operações encabeçadas pelo Consórcio Nordeste.
“Foi um dos maiores roubos durante a pandemia do novo coronavírus, não tenho dúvida nenhuma disso”.
“Há confissão, delação premiada. Os documentos são estarrecedores.”
Lima explica que, agora, a apuração segue por dois caminhos distintos:
- o primeiro, a tentativa de recuperação do dinheiro, é considerado mais difícil;
- o segundo, mais fácil, visa a responsabilizar os agentes públicos que são suspeitos de participar do esquema de corrupção.
De acordo com o deputado, mais de 50% do valor pago às empresas na aquisição de respiradores serviu como propina.
“Essa operação deu errado porque foi inteiramente desastrosa, nenhum respirador foi entregue. Os Estados perderam 100% do dinheiro investido, R$ 48 milhões.”
Lima chamou a atenção para o fato de o Senado não investigar as irregularidades existentes nas operações do Consórcio Nordeste.
“Nos causa estranheza”, revelou. “Sei que há um grupo de senadores tentando levar a investigação adiante, mas é estranho que não consigam.”
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Segundo o parlamentar, a investigação sobre o caso é objetiva, de maneira que os membros da CPI da Covid têm elementos suficientes para apurar os desvios de conduta ocorridos durante a pandemia.
“Os documentos à disposição mostram que o dinheiro foi literalmente roubado”.
Lima ainda criticou o não afastamento de Carlos Eduardo Gabas, ex-secretário-executivo do Consórcio Nordeste.
“Os documentos revelam de forma clara que houve favorecimento à cidade de Araraquara, em São Paulo, com dinheiro do povo nordestino. Há, pelo menos, tentativa de favorecimento.”
Conforme diz o deputado, há articulação política para blindar Gabas.
“Existe, sim, uma movimentação nesse sentido”, alertou.
“Não apenas Gabas, mas também outras figuras do Consórcio Nordeste. Já recebemos pedidos de dispensa de depoentes, mas não vamos liberar ninguém.”
Com informações da Jovem Pan e revista Oeste