Joe Biden começou a desfazer algumas das principais políticas de Donald Trump, horas depois de tomar posse como o 46° presidente dos Estados Unidos.
Ele assinou 15 ordens executivas e 2 memorandos, com o objetivo de impulsionar a resposta federal à crise do coronavírus e reverter a posição do governo anterior sobre questões-chave, como mudanças climáticas, imigração e relações raciais.
Biden está avançando com uma velocidade sem precedentes na execução de sua agenda.
Em comparação, Trump havia assinado apenas oito ordens executivas depois de duas semanas na Casa Branca; o presidente Barack Obama, nove; Bill Clinton, três; e George W. Bush, duas.
A expectativa é que várias outras ordens executivas sejam assinadas por ele nos próximos dias.
Veja o que Biden determinou até agora:
(Reuters)
Acordo de Paris
Sob Trump, os Estados Unidos abandonaram o acordo no fim de 2020. Agora, voltarão em até 30 dias.
Além do simbolismo, significa que o país terá mais uma vez que seguir as regras combinadas em Paris.
Isso, junto com o compromisso de Biden de zerar as emissões líquidas de carbono até 2050, guiará a economia americanas nos próximos anos.
Cancelamento de oleoduto
Em uma medida que já deixou alarmadas autoridades no Canadá, um dos maiores aliados dos Estados Unidos, Biden rescindiu uma autorização para o controverso oleoduto Keystone XL.
O projeto, se concretizado, cruzaria o território canadense e os Estados Unidos de norte a sul até alcançar um oleoduto já existente.
Os próximos meses nos EUA podem trazer mudanças para a agenda ambiental (Getty Images)
Uso de máscaras
O "Desafio de Máscaras por 100 Dias" pede aos americanos que usem máscaras por 100 dias.
Isso será obrigatório em prédios e áreas federais e empresas contratadas pelo governo. Os governos locais foram instados a fazer o mesmo.
Resposta à covid-19
Criou o cargo de coordenador de resposta à pandemia, que será ocupado por Jeffrey D. Zients.
Ele responderá diretamente a Biden e será responsável por gerenciar os esforços americanos para produzir e distribuir vacinas e equipamentos médicos para conter a crise gerada pelo novo coronavírus.
Saída da OMS
Os Estados Unidos não sairão mais da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 6 de julho como havia sido decidido por Trump, que também queria parar de financiar a entidade.
Anthony Fauci, maior especialista em doenças infecciosas do país, chefiará a delegação americana na OMS.
Empréstimos estudantis
A suspensão temporária dos pagamentos e cobrança de juros de empréstimos estudantis foi estendida até pelo menos 30 de setembro.
Despejos e hipotecas
Foi prorrogada a moratória nacional sobre despejos até 31 de março, e foi pedido que as agências governamentais façam o mesmo com a moratória das execuções de hipotecas garantidas pelo governo federal, que foi decretada em resposta à pandemia.
Biden tem dito que vai tentar pessoalmente convencer os governadores a apoiar obrigatoriedade de uso de máscaras (Getty Images)
Comissão sobre escravidão
Foi encerrada a Comissão 1776, criada pelo governo anterior para incentivar uma "educação mais patriótica" nas escolas americanas.
A iniciativa foi uma resposta a um projeto do jornal The New York Times que debate o papel da escravidão na história dos Estados Unidos.
O projeto foi criticado pelo ex-presidente por mostrar um país criado sobre a opressão e não sob a liberdade, segundo Trump.
Ética no governo
Todos os nomeados do Poder Executivo deverão assinar um compromisso de ética impedindo-os de agir no interesse pessoal e exigindo que defendam a independência do Departamento de Justiça.
Discriminação
Foi reinstaurada a proibição do governo federal discriminar com base na orientação sexual ou identidade de gênero, política que havia sido suspensa por Trump.
Igualdade
As agências federais terão que "erradicar o racismo sistêmico" e revisar e relatar o nível de diversidade e igualdade racial em suas equipes em até 200 dias.
Também terão de apresentar um plano para remover as barreiras às oportunidades em políticas e programas.
Regulamentações
Foram temporariamente suspensas todas as novas regulamentações criadas pelo governo anterior para avaliar quais serão mantidas.
Biden quer diminuir o número de despejos por causa da pandemia (Getty Images)
Cidadania para imigrantes
O Daca, programa que protege da deportação de imigrantes trazidos para os Estados Unidos quando crianças, foi fortalecido. Trump buscou por anos encerrá-lo.
Foi pedido que o Congresso promulgue uma legislação que abra um um caminho para obtenção de cidadania por esses imigrantes.
Fiscalização de imigração
Foi revertida a expansão promovida por Trump nos esforços de fiscalização da imigração nos Estados Unidos para encontrar e deportar aqueles em situação ilegal.
Imigrantes no Censo
O plano do governo Trump de excluir cidadãos não documentados do Censo foi revogado.
Kamala Harris e Joe Biden chegam para a posse (Mike Segar/Reuters)
Refugiados
Foram prorrogados os adiamentos de deportação e autorizações de trabalho para cidadãos da Libéria que estão refugiados no país até 30 de junho de 2022.
Fim do veto a muçulmanos
Acabaram as restrições impostas pelo governo Trump à entrada nos Estados Unidos de portadores de passaportes de sete países de maioria muçulmana.
Muro na fronteira
Foi interrompida a construção do muro de fronteira com o México, uma das principais medidas do governo Trump, ao encerrar a declaração nacional de emergência usada para financiar a obra.
Será feita uma "revisão cuidadosa" da legalidade do dinheiro federal usado para este fim.
Com informações da BBC News