Um grupo de pesquisadores brasileiros apresentou à Anvisa, nessa quinta-feira (21), o pedido para testar em voluntários humanos uma nova vacina contra a covid-19.
O imunizante será aplicado em forma de spray nasal, sem a necessidade de injeção.
O professor da Faculdade de Medicina da USP e diretor do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração, Jorge Kalil, é o coordenador do estudo e explica que a vacina inibe o crescimento viral já na mucosa nasal.
Essa vacina em spray usa uma técnica de produção inédita e totalmente nacional, resultado de pesquisas feitas na USP em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
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Algumas pessoas resistem em tomar vacina porque têm fobia de agulha. Esse medo se chama tripanofobia.
Mas a ideia de produzir uma vacina em spray nasal não se limita a esse público.
Foi uma decisão estratégica para induzir diferentes tipos de resposta de defesa do nosso corpo, explicou o médico Jorge Kalil.
Até agora, os testes foram feitos em laboratório e em animais. Só após a autorização da Anvisa será possível conduzir o estudo em humanos.
A previsão é que isso ocorra em janeiro do ano que vem, com 280 voluntários.
Todos devem estar vacinados, porque o spray deve atuar como reforço para ampliar a resposta imune das demais vacinas.
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Diferente das vacinas atuais, que usam a proteína spike, a vacina do Instituto do Coração utiliza peptídios derivados de proteínas que compõem o vírus.
Esse material é inserido em nanopartículas, que são estruturas minúsculas, capazes de atravessar a barreira de cílios e muco presentes no nariz e chegar às células.