Apenas 30% da qualidade da nossa saúde ao longo dos anos tem relação com a nossa genética.
Os outros 70% dependem da maneira como vivemos, do ambiente em que estamos inseridos e dos hábitos que criamos durante a vida.
“À medida que a gente envelhece nossa reserva orgânica vai reduzindo, e hábitos saudáveis diminuem a velocidade dessa perda”, explica a geriatra Polianna Souza, do Hospital Israelita Albert Einstein.
A reserva orgânica é a capacidade de o organismo funcionar bem e se recuperar após um esforço.
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De acordo com a geriatra, depois de atingir um pico lá pelos 30 ou 40 anos, todos os órgãos e sistemas começam a reduzir sua capacidade.
Isso significa que diante de uma situação de estresse físico (como uma doença) ou emocional, o corpo pode não ter a mesma condição de se recuperar, sofrendo um impacto maior e, às vezes, sequelas.
E é aí que entram os hábitos saudáveis.
Não faltam estudos mostrando a importância da alimentação e da atividade física na prevenção e no controle de doenças como diabetes, hipertensão, problemas cardíacos, derrame, ansiedade e depressão, certos tipos de tumores e até o Alzheimer, entre outros.
“Um idoso saudável não está necessariamente livre de doenças, mas nesses casos elas estão bem controladas”, diferencia Polianna.
Além disso, também entra na conta se ele é ativo, autônomo, capaz de cuidar da sua vida.
Quanto maior a independência, maior também a chance de desfechos positivos em qualquer condição que ele enfrentar.
Atividade física, alimentação e bons relacionamentos
A já conhecida dobradinha da qualidade de vida se mantém firme nas recomendações dos médicos: atividade física regular e alimentação saudável.
A recomendação é de que se tenha de 150 a 300 minutos de exercícios por semana, envolvendo aeróbicos e de força muscular, e uma dieta com menos alimentos processados e embutidos.
“Deve-se priorizar aquela ‘comida de verdade’, em que a gente descasca mais e abre menos latas e embalagens”, reforça Polianna.
E, claro, evitar o cigarro, o sol em excesso e visitar um médico regularmente para check-ups periódicos.
Mas não é tudo. Há estudos com voluntários bastante longevos que mostra a importância de se saber viver o momento presente, ter um propósito de vida e cultivar bons relacionamentos.
“Somos seres sociais, precisamos dessa rede, dessa troca”, pontua a geriatra.
Tudo isso só ressalta a importância de o idoso estar de fato inserido na sociedade e talvez até no mercado de trabalho.
“É importante manter uma atitude aberta ao conhecimento e às mudanças, de nunca deixar de aprender. É o chamado ‘lifelong learning’”, observa a especialista.
Assim, além de viver mais e melhor, talvez a gente viva com mais sabedoria também.
As informações são da Agência Einstein.