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O ano de 2024 foi marcado por inovações significativas na medicina, abrangendo desde novos medicamentos até tecnologias emergentes que prometem redefinir a prática clínica.
A revista Science destacou o lenacapavir como o principal avanço científico de 2024. Este medicamento injetável, administrado semestralmente, atua na profilaxia pré-exposição (PrEP) contra o HIV, interferindo na proteção do material genético e nas enzimas necessárias para a replicação do vírus.
O estudo de fase 3 PURPOSE-2 demonstrou uma redução de 96% no risco de infecção pelo HIV entre os participantes que utilizaram o lenacapavir. A pesquisa incluiu 3.265 indivíduos de diversas identidades de gênero e orientações sexuais, recrutados em países como Brasil, África do Sul, Argentina, EUA, México, Peru e Tailândia.
A inteligência artificial (IA) consolidou-se como uma ferramenta essencial na medicina em 2024. O Fibresolve, software aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, auxilia no diagnóstico de fibrose pulmonar idiopática por meio da análise de imagens de tomografia computadorizada.
Estudos indicam que seu uso precoce pode reduzir em 41% a necessidade de biópsias pulmonares, diminuindo riscos associados a procedimentos invasivos.
Dispositivos vestíveis equipados com sensores avançados permitiram o monitoramento contínuo de pacientes em 2024.
O relógio Pison Ready, por exemplo, utiliza sensores neurais e IA para avaliar foco, estado de alerta e tempo de reação, auxiliando tanto pacientes com condições neurológicas quanto atletas em busca de melhor desempenho.
Além disso, tecnologias não invasivas para monitoramento da glicemia, como as desenvolvidas pela Healthcare Vision, oferecem medições precisas sem a necessidade de punções, aumentando o conforto dos pacientes.
O Prêmio Nobel de Química de 2024 foi concedido a pesquisadores que utilizaram o AlphaFold, um modelo de IA capaz de prever a estrutura de quase 200 milhões de proteínas. Essa tecnologia facilita a compreensão de doenças complexas e acelera a descoberta de novos medicamentos, representando um avanço significativo na biologia molecular.
Em abril, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicou novas diretrizes para a medição da pressão arterial, enfatizando a importância do monitoramento fora do ambiente clínico para um diagnóstico mais preciso.
Em julho, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) revisou os critérios de diagnóstico do diabetes, incluindo o teste de tolerância à glicose com medição após uma hora, visando à detecção precoce e prevenção de complicações.
Medicamentos como a semaglutida (Ozempic) mostraram-se eficazes na redução significativa da hemoglobina glicada (HbA1c) e do peso corporal.
Estudos indicaram que a semaglutida 2,4 mg pode reduzir até 25% do peso corporal, estabelecendo novas metas no tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2. Além disso, a liraglutida demonstrou benefícios na redução do índice de massa corporal em crianças, ampliando as opções terapêuticas para a população pediátrica.
A técnica CRISPR, que permite a edição genética, teve seu uso expandido em 2024. Após a aprovação do Casgevy para o tratamento da doença falciforme, a FDA estendeu sua indicação para a β-talassemia. O tratamento envolve a modificação de células-tronco sanguíneas para aumentar a produção de hemoglobina fetal, melhorando o fornecimento de oxigênio e reduzindo a gravidade da anemia.
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