22/09/2021 09:46

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O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fiocruz foi selecionado, nessa terça-feira (21), pela OMS como centro para desenvolvimento e produção de vacinas com tecnologia de RNA mensageiro na América Latina.

A escolha ocorreu devido aos promissores avanços no desenvolvimento tecnológico de uma vacina de mRNA contra a Covid-19, atualmente em estágio pré-clínico.

A iniciativa utilizou recursos do Ministério da Saúde e de emendas parlamentares em seu desenvolvimento.

(Rodrigo Pereira/Fundação Oswaldo Cruz)

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A seleção é resultado de uma chamada mundial lançada em 16 de abril de 2021, que tem o objetivo de aumentar a capacidade de produção e ampliar o acesso às vacinas contra a Covid-19 nas Américas.

Cerca de trinta empresas e instituições científicas latino-americanas participaram.

O processo de escolha foi realizado por comitê de especialistas independentes (PDVAC).

Segundo a OMS, Bio-Manguinhos/Fiocruz foi escolhido em função de sua longa tradição na produção de vacinas e dos avanços apresentados para o desenvolvimento de uma vacina inovadora de mRNA contra a Covid-19.

A vacina candidata é baseada na tecnologia de RNA auto-replicativo, e expressa não somente a proteína Spike, mas também a proteína N, para melhor resposta imunológica.

Essa tecnologia demanda menos necessidades produtivas, atingindo uma escala em termos de doses superior a de outras vacinas de mRNA.

Isto permite que o seu custo seja inferior ao de outras vacinas semelhantes, possibilitando a ampliação ao seu acesso. A vacina está, atualmente, em fase de estudo pré-clínico.

 Foto: Bernardo Portella/Fiocruz

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Como resultado da seleção, a Opas/OMS colocará à disposição da Fiocruz uma equipe de especialistas internacionais com experiência nos diferentes aspectos de desenvolvimento e produção de vacinas desta natureza.

Uma vez desenvolvida, a vacina candidata passará pelo processo de pré-qualificação da OMS, que garante o cumprimento dos mais elevados padrões internacionais para garantir sua qualidade, segurança e eficácia.

Bio-Manguinhos já dispõe de uma planta suficientemente avançada para a produção da vacina candidata, não sendo necessária a construção de uma nova fábrica. 

Esta será uma tecnologia que vem se somar à plataforma de adenovírus, utilizada na vacina Fiocruz/AstraZeneca para a Covid-19.

O desenvolvimento de uma vacina da Fiocruz de mRNA é um passo fundamental para que o Brasil detenha o domínio tecnológico de duas plataformas fundamentais para o avanço no desenvolvimento de imunobiológicos”, comenta a presidente da Fundação, Nísia Trindade Lima. 

Segundo Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz, ainda é cedo para falar de datas e cronograma, mas o apoio da OMS será decisivo para que o desenvolvimento desta vacina ocorra de maneira mais breve possível e dentro dos protocolos de segurança e qualidade mundiais

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Além de fornecedora desta vacina, a Fiocruz se comprometeu ainda, como parte do escopo do projeto apresentado à OMS, a compartilhar seu conhecimento para a produção da vacina com demais laboratórios da região, garantindo a eles a transferência de tecnologia para ampliar a capacidade produtiva regional.

Para o vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico de Bio-Manguinhos, Sotiris Missailidis, a dedicação da equipe tem sido fundamental para o avanço do projeto.

A equipe de Desenvolvimento Tecnológico tem trabalhado por anos, incansavelmente, com dedicação e profissionalismo, buscando alcançar um nível de excelência no desenvolvimento de novos produtos que atendam aos desafios da saúde pública”, destacou.

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