27/12/2024 15:25

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Ambulâncias Samu 192

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) 192 Sergipe, reconhecido por sua cobertura integral nos 75 municípios do estado e atendimento a aproximadamente 2,2 milhões de habitantes, enfrenta um desafio significativo: as ligações falsas, conhecidas como trotes, que comprometem a eficiência do serviço e colocam vidas em risco.

Impacto dos trotes no serviço

De janeiro a novembro de 2024, o Samu 192 Sergipe registrou 7.098 trotes, representando cerca de 4% do total de chamadas recebidas pela Central de Regulação das Urgências (CRU). Embora haja uma redução de aproximadamente 27% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram contabilizados 9.709 casos, o número ainda é alarmante.

O superintendente do Samu 192 Sergipe, Ronei Melo, destaca os prejuízos causados por essas práticas: "Temos dois tipos principais de trotes. Há aqueles com xingamentos e palavras de cunho sexual, especialmente direcionados às atendentes, que são em maioria mulheres. Mas há um tipo mais grave, que ocorre quando a pessoa simula uma ocorrência real, fornecendo informações detalhadas e mobilizando recursos indevidamente".

Casos extremos e consequências

Em casos extremos, como a falsa informação sobre uma explosão de barco, recursos significativos são mobilizados desnecessariamente, desviando atenção de emergências reais.

"Esses casos são extremamente prejudiciais. Eles não apenas consomem recursos financeiros e operacionais, mas também impactam no tempo de resposta para outras emergências que são, de fato, reais", ressalta Ronei.

Períodos críticos e perfil dos autores

O levantamento indica um aumento considerável no número de trotes durante as férias escolares e festas de fim de ano, períodos em que crianças e adolescentes realizam ligações falsas como forma de brincadeira.

Nesses casos, as equipes do Samu conseguem barrar boa parte das chamadas ainda na triagem inicial feita pelos Técnicos Auxiliares de Regulação Médica (TARM) do CRU. No entanto, algumas ligações mais elaboradas acabam passando pelo filtro, mobilizando ambulâncias e outros recursos desnecessariamente.

Orientações para a população

A coordenadora do Complexo Regulatório do Estado, Arianne Costa, enfatiza a importância de fornecer informações precisas durante uma ligação para o Samu, como endereço completo ou ponto de referência, condição aproximada da vítima (se está consciente ou não, por exemplo) e faixa etária.

"O preenchimento correto dessas informações é essencial para otimizar o atendimento. O endereço, ou ao menos um ponto de referência, é básico. Sem ele, a Central não consegue enviar uma ambulância ou motolância com a agilidade necessária", explica.

Com tecnologia, treinamento e conscientização, o Samu 192 Sergipe continua trabalhando para garantir atendimento de qualidade e salvar vidas. A colaboração da população é fundamental para que o serviço funcione de maneira eficiente.

"A população precisa entender que uma ligação falsa ao Samu pode significar uma vida perdida. Cada chamado deve ser tratado com a seriedade que o serviço exige", conclui Ronei Melo.

Da redação

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